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Ministro elogia setor após caso no Amapá: 'Ninguém está livre de apagão'

Visita do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque (ao centro, de braço erguido), ao Amapá - Divulgação/Ministério de Minas e Energia
Visita do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque (ao centro, de braço erguido), ao Amapá Imagem: Divulgação/Ministério de Minas e Energia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/11/2020 00h53

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, elogiou na noite de hoje o sistema de energia elétrica do Brasil mesmo após o apagão que ocorreu no Amapá em 3 de novembro e deixou o estado sem luz.

"O sistema está muito mais sólido e menos vulnerável, apesar do que ocorreu no Amapá, o que considero inaceitável e inadmissível. Durante a pandemia, o setor se mostrou muito resiliente. Tivemos um apagão em Santa Catarina nesse período que foi restabelecido em 14 horas. Isso mostra que o sistema é bastante confiável", disse ele em entrevista à Jovem Pan.

O Amapá sofre com a falta de energia elétrica desde a semana passada, quando um dos transformadores foi atingido por um raio e pegou fogo. Titular da pasta, Albuquerque declarou que mesmo os bons sistemas não estão isentos de falhas e citou os Estados Unidos como um exemplo de país que também lidou com um apagão recentemente.

"Poucos países têm uma estrutura como a nossa. Os EUA não têm, cada estado tem sua própria autonomia energética. Tivemos apagão durante a pandemia na Califórnia, então ninguém está livre de apagão por mais desenvolvido que seja. O nosso sistema, que é complexo, tem funcionado bem. São mais de 160 mil quilômetros de linha de transmissão. Nossas gerações hidrelétricas vêm principalmente da região norte. O centro de carga está na região sudeste. Por isso que temos que ter tantas linhas de transmissão. A geração eólica, por exemplo, abastece todo nordeste, mas não venta o tempo todo. É preciso termos várias linhas para manter o sistema equilibrado, resiliente e, principalmente, com segurança", afirmou ele.

O ministro salientou que o motivo do apagão no Amapá ainda é desconhecido e que 70% da carga normal do sistema elétrico está mantida. O restabelecimento total, afirmou ele, deve acontecer nos próximos sete dias.

"Nós acreditamos que até quarta-feira chegaremos a 80%, assim que os geradores que estão sendo transportados chegarem. Acreditamos que em mais sete dias estaremos com a sua carga em sua plenitude", disse.

O ministro voltou a dizer que procedimentos de apuração já foram iniciados pelos órgãos responsáveis, mas pediu cautela na busca para entender o que ocorreu. Ele também mencionou possível cassação da concessão da Isolux, empresa responsável pela subestação de energia que pegou fogo e ocasionou o apagão.

"As causas estão sendo apuradas pela ONS (Operadora Nacional do Sistema), a quem cabe verificar a chamada perturbação, que são procedimentos rotineiros. Será feito um relatório para determinar a causa. Por outro lado, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a quem cabe fiscalizar, já iniciou os procedimentos administrativos que poderão levar até a cassação da concessão da empresa, mas temos que fazer com cautela, analisar as causas, apurar as responsabilidades", concluiu.