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Carrefour: delegada diz que quem viu "passivamente" também será investigado

Colaboração para o UOL

20/11/2020 12h37Atualizada em 20/11/2020 16h00

A delegada Nadine Anflora, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, afirmou hoje que pediu a prisão preventiva dos dois seguranças - um deles policial militar temporário, fora de serviço - que espancaram até a morte um homem negro de 40 anos em uma loja do Carrefour em Porto Alegre. A disse ainda que está ouvindo testemunhas que estavam no local e agiram "passivamente".

"É importante que a população saiba que a Polícia Civil está trabalhando com outros investigados, não apenas esses dois. Tem investigações com pessoas que assistiram a tudo passivamente. Cada participação vai ser apurada de forma rigorosa e rápida", afirmou Nadine, em entrevista à Globonews.

Nadine não quis dizer se as testemunhas vão ser acusadas criminalmente. Mas admitiu que outros crimes podem ter acontecido no local. Ela também estipulou um prazo para encerrar as investigações.

"Queremos concluir o inquérito em 10 dias, através da reinquirição, na tarde de hoje, de outras testemunhas. E então queremos levar ao Poder Judiciário um material de provas, para que esses agressores sejam punidos", explicou Nadine.

A delegada lamentou que o espancamento tenha ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra.

"Essa investigação não tem preferência a outras. Mas é importante que se tenha rápida elucidação, porque é um caso emblemático. É um caso que demonstra falta de empatia das pessoas. Tem que ficar o alerta. É muito triste ter que relatar essa agressão e essa falta de empatia na sociedade, logo no dia de hoje, Dia da Consciência Negra", concluiu a delegada.

Os dois suspeitos de homicídio podem ficar presos por mais de 30 anos, segundo Nadine, mas "tudo vai depender das análises de outras imagens", segundo ela. A Polícia Civil destacou que o supermercado Carrefour disse que vai colaborar com a investigação, cedendo imagens e informações para elucidar o caso.