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Polícia prende suspeito de envolvimento na morte de estudante da UFRJ

O estudante Marcos Winícius Tomé Coelho de Lima, de 20 anos - Reprodução/Redes sociais
O estudante Marcos Winícius Tomé Coelho de Lima, de 20 anos Imagem: Reprodução/Redes sociais

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

21/12/2020 10h07

A Polícia Civil do Rio prendeu um dos suspeitos de envolvimento na morte do estudante da UFRJ Marcus Winícius Tomé Coelho de Lima, 20, que desapareceu no dia 7 de outubro na zona sul do Rio e foi encontrado morto no dia seguinte, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

No sábado (19), a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pelo caso, realizou diligências para cumprir quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão contra os suspeitos. Ao todo, seis pessoas foram identificadas na ação que resultou na morte do estudante.

De acordo com o delegado, Uriel Alcântara, "as investigações mostraram que Marcus participou com um amigo de uma simulação de negociação de uma carga de skunk avaliada em R$ 80 mil, cuja intenção era seu roubo".

O amigo da vítima, em companhia de outras três pessoas, incluindo um policial militar, encontraram traficantes em Copacabana, na zona sul do Rio, e roubaram a referida carga. Posteriormente o grupo foi até um hotel comemorar. Marcus não participou do roubo, mas esteve no local.

"Vale ressaltar que este grupo vinha realizando diversas ações semelhantes não apenas no Rio de Janeiro, mas também em outros estados, sendo conhecidos como "Boteiros", já com notoriedade entre traficantes e usuários de drogas de classe média alta, notadamente nos bairros da zona sul: Botafogo, Urca, Copacabana, Ipanema, Leblon e também na zona oeste: Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes", informou a DHBF.

Segundo a polícia, o grupo contava com apoio de policiais militares e selecionavam maconha de alta qualidade como skunk e haxixe.

"Também agiam fazendo o inverso, realizando a venda de uma carga de drogas que sequer existia e roubavam o dinheiro do comprador no ato da entrega, simulando flagrante por parte dos policiais militares envolvidos", explicou a especializada.

Dinâmica do crime

No dia do crime, Marcus saiu do Shopping Rio Sul, na zona sul do Rio, em uma bicicleta elétrica e foi abordado na entrada da Urca, quando um veículo colidiu na bicicleta para jogá-lo no chão, descendo dois ocupantes armados, que o renderam e o colocaram dentro do carro.

Uma caminhonete que deixava o bairro deu cobertura à ação.

O proprietário da camionete foi preso no sábado e o veículo foi apreendido.

"Foi identificado que ele esteve parado na saída do Shopping Rio Sul no horário que a vítima estava no interior do shopping", disse o delegado.

Outros três investigados de participação direta no homicídio, ocupantes dos veículos que realizaram o sequestro, encontram-se foragidos. Eles foram identificados como Igor Moreira Dantas, Victor Hugo dos Santos Moraes e Denner Dias Barcia Alves.

A Delegacia de Homicídios continua investigando o caso. Não foi divulgado ainda onde o jovem foi assassinado. Sabe-se, até o momento, que Marcus foi sequestrado na zona sul e o corpo abandonado na Baixada Fluminense.

Os Boteiros

De acordo ainda com a DHBF, o grupo que organizava os botes às cargas de droga tinha tarefas divididas: existiam os responsáveis por arrumar o trabalho; aqueles que realizavam o contato; o responsável pelo transporte e o responsável pelo falso flagrante.

"Uma investigação paralela irá apurar os crimes de tráfico de drogas e organização criminosa", diz o delegado Uriel Alcântara.

Contra um dos integrantes dessa quadrilha, foi cumprido um mandado de prisão temporária na última quinta-feira (17). Outro suspeito está foragido.

"Embora não tenham relação direta com o homicídio, a ação realizada sobre o roubo da droga foi a motivação do crime e as ações sobre este grupo até o momento possuem objetivo de esclarecimento deste fato", informou a Polícia Civil.