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Ex-marido acusado de matar juíza tem prisão convertida em preventiva no Rio

Do UOL, no Rio

25/12/2020 18h17

O engenheiro Paulo José Arronenzi, preso em flagrante pelo assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, morta ontem à tarde (24) a facadas na frente das três filhas na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, teve a prisão convertida em preventiva hoje à tarde pela juíza Monique Brandão, em audiência de custódia.

Em seguida, ele foi encaminhado para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte carioca, porta de entrada do sistema prisional. Em seguida, será conduzido para uma unidade prisional no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense.

O corpo da vítima será cremado amanhã de manhã no Cemitério da Penitência, no Caju, zona norte carioca.

Em um vídeo que circula pelas redes sociais, é possível ouvir os gritos das crianças, pedindo para que o pai pare de esfaquear a mãe. Paulo foi preso em flagrante pela Guarda Municipal após cometer o crime.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e constatou que a juíza morreu no local. Testemunhas apontaram o autor do crime que recebeu voz de prisão. Segundo a GM, ele não apresentou resistência.

O ex-marido da vítima foi levado para a Delegacia de Homicídios da capital, que também fica na Barra da Tijuca. Posteriormente, foi encaminhado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde foi atendido para tratar um corte na mão. Ele teve alta e foi encaminhado novamente para a delegacia.

STF, CNJ e Defensoria: providências contra o feminicídio

O STF (Supremo Tribunal Federal), o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a Defensoria Pública se manifestaram sobre o caso, exigindo providências contra o feminicídio no país.

"Tal forma brutal de violência assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada", disse o ministro Luiz Fux, presidente do STF e do CNJ, em nota assinada hoje em nome das duas entidades.

No texto, Fux ainda diz assumir um compromisso "com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil".

Deve ser redobrada, multiplicada e fortalecida a reflexão sobre quais medidas são necessárias para que essas tragédia não destrua outros lares, não nos envergonhe, não nos faça questionar sobre a efetividade da lei e das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres
Ministro Luiz Fux, presidente do STF e do CNJ

Gilmar Mendes, também ministro do STF, lamentou hoje, nas redes sociais, a morte da juíza. O magistrado reforçou que o feminicídio é "endêmico no país" e que precisa ser combatido.

O gravíssimo assassinato da Juíza Viviane Arronemzi mostra que o feminicídio é endêmico no país: não conhece limites de idade, cor ou classe econômica. O combate a essa forma bárbara de criminalidade quotidiana contra as mulheres deve ser prioritário.

-- Gilmar Mendes (@gilmarmendes) December 25, 2020

Em nota, a Defensoria Pública do Rio também se colocou à disposição de vítimas de mulheres que se sentem ameaçadas. "Infelizmente, é mais um caso de violência contra a mulher, uma chaga social que atinge todas as esferas da nossa sociedade, sem escolher origem, classe ou posição social."