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Pastor é preso acusado de estupro de criança de 5 anos em Londrina (PR)

Acusado não teve o nome revelado e é suspeito de outros dois estupros - iStock
Acusado não teve o nome revelado e é suspeito de outros dois estupros Imagem: iStock

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

08/01/2021 16h16

Um pastor evangélico de 64 anos foi preso preventivamente hoje, indiciado pelo crime de estupro de vulnerável majorado contra uma criança de 5 anos de seu círculo familiar em Londrina (PR), cidade a 390 km de Curitiba.

O homem, que não teve o nome divulgado, ficou em silêncio durante o depoimento prestado à polícia e já foi encaminhado ao Departamento Penitenciário. Ele é suspeito de dois outros estupros, sendo que um deles teria ocorrido há mais de 30 anos.

"A denúncia contra ele surgiu a partir da genitora da criança. Este homem tinha bastante acesso a ela, dentro de um contexto familiar", explicou a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente de Londrina (Nucria), Lívia Pini, à reportagem do UOL.

A investigação foi iniciada no ano passado e contou com o relato da criança como uma das provas. "Nós levamos muito em conta a coerência deste depoimento. Essas entrevistas são conduzidas por uma psicóloga e uma assistente social", ressalta.

Além da denúncia da mãe e do depoimento, outros relatos foram acrescentados ao pedido de prisão preventiva. "Uma vizinha deste homem ficou sabendo da denúncia e quis confirmá-la, pois havia passado por episódio parecido de violência sexual. Como este crime aconteceu há mais de 30 anos, ele está prescrito, mas ela é uma testemunha relevante, pois corrobora a veracidade do depoimento da criança", destacou a delegada.

De acordo com Lívia, o pedido de prisão preventiva foi realizado devido à possibilidade de existência de múltiplas vítimas. "Há a suspeita de uma terceira vítima, que teria passado por um episódio abusivo. Estas diligências serão realizadas nos próximos dias", disse.

A suspeita da Polícia é que o homem não teria se valido de sua posição dentro da igreja evangélica, pois os casos já conhecidos ocorreram nos contextos familiar e de vizinhança. A Polícia tem 10 dias para finalizar o inquérito e encaminhar ao Ministério Público, que pode propor ação penal. Conforme o Código Penal, a pena pelo crime varia de 8 a 12 anos de reclusão.

Cuidados

Em 84,1% dos casos de estupro de vulnerável, o agressor é um parente próximo ou conhecido da família da vítima, e a violência acontece em ambiente domiciliar, indicam os dados nacionais sobre estupro divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Cerca de 58% das vítimas de estupro de vulnerável tinha menos de 13 anos no registro do crime.

De acordo com Lívia, esses agressores sexuais não costumam indicar esse tipo de conduta. Nesse contexto, é importante que haja orientação aos filhos para que consigam identificar uma situação de violência sexual e tenham confiança para relatar aos pais ou responsáveis.

As denúncias de estupro de vulnerável caíram 40% no início da pandemia, apontando a dificuldade em realizar a denúncia, segundo relatório produzido pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com a Unicef e o Instituto Sou da Paz divulgado no fim do ano passado. O estudo considerou dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.