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SP: Criança era mantida dentro de barril e chegou a se alimentar de fezes

Menino era mantido em barril, amarrado, e com tampo fechado por pedra de mármore - Divulgação/Polícia Militar de Campinas
Menino era mantido em barril, amarrado, e com tampo fechado por pedra de mármore Imagem: Divulgação/Polícia Militar de Campinas

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas

30/01/2021 22h12

A Polícia Militar de Campinas, no interior de São Paulo, resgatou no final da tarde de hoje uma criança de 11 anos que era mantida por um casal em cárcere privado dentro de um barril, amarrada e com o tampo fechado por uma peça de mármore.

Uma denúncia anônima levou os policiais até o local, um barraco que fica no Jardim Itatiaia, periferia da cidade. Segundo o 2° Sargento Mike Jason, que acompanha a ocorrência, a situação em que o menino foi encontrado era "desoladora".

Ele disse para mim que chegou a comer fezes, porque não davam comida para ele."
Mike Jason, 2º sargento que acompanha o caso

Segundo a polícia, a criança não é filha biológica do casal.

"O homem disse que uma mulher, usuária de drogas, e com quem ele teve relação, afirmava que o filho era dele. Essa usuária abandonou o menino com ele e a atual companheira", explicou o sargento.

A criança foi levada para o Hospital Ouro Verde, também em Campinas, com quadro de desidratação extrema.

Ao UOL, uma fonte que estava na unidade de saúde quando o caso foi apresentado, relatou que o garoto disse à equipe de enfermagem que os tratamentos eram ainda piores.

Ele me disse que o homem jogava água sanitária e água fria para dar banho nele."
Membro da equipe de enfermagem que trata a criança

A tia do garoto também compareceu ao hospital, segundo a fonte ouvida pela reportagem. Ela disse que o menino teria um problema psiquiátrico e que "dava muito trabalho".

O menino foi alimentado e aguarda resultados de exames. A alta só vai acontecer quando ele estiver em um peso considerado ideal.

O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas. Até a publicação desta reportagem, os suspeitos ainda eram ouvidos. O Conselho Tutelar também foi procurado para comentar o caso, mas ainda não há um posicionamento sobre qual será o destino do garoto.