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Penitenciária de Araraquara (SP) é alvo de 20 tiros após ameaça do PCC

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Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

02/02/2021 12h02Atualizada em 03/02/2021 12h53

A penitenciária de Araraquara, cidade a 270 km da capital paulista, foi alvo de cerca de 20 tiros de armas de grosso calibre na noite de ontem. Ninguém se feriu. A Polícia Civil investiga a motivação e a autoria do crime.

De acordo com policiais penais da unidade, criminosos foram até a entrada da penitenciária às 20h30 em uma Fiat Toro preta. A ação durou segundos. Os criminosos pararam em frente à subportaria, desceram dos bancos traseiro e do passageiro, atiraram e saíram rapidamente. Câmeras de segurança flagraram a ação (veja vídeo acima).

Os agentes penais da unidade afirmam que, antes do atentado, chegaram "salves" (determinações por meio de cartas) na unidade, que teriam como autoria líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), ameaçando atacar o local e seus servidores por discordarem de situações que teriam ocorrido na prisão.

Atualmente, a penitenciária de Araraquara está superlotada, de acordo com dados disponibilizados pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária). O local, que tem capacidade para abrigar 1.061 pessoas, mantém 1.452.

Marca de tiro na penitenciária de Araraquara - 01.fev.2021 - Reprodução - 01.fev.2021 - Reprodução
Marca de tiro na penitenciária de Araraquara
Imagem: 01.fev.2021 - Reprodução

O anexo de detenção provisória da penitenciária também está superlotado, ainda segundo dos dados da SAP. Com capacidade para 496 pessoas, a população carcerária lá atualmente é de 548 detidos.

De acordo com o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionarios do Sistema Prisional do Estado de SP), foi feito um alerta para a categoria para a atenção redobrada frente ao ataque. O sindicato disse que iria "contatar a Coordenadoria da Região Noroeste para cobrar medidas de segurança" e iria "presencialmente à unidade apurar denúncias que estão na Corregedoria".

De acordo com o sindicato, "a unidade está entre as que enfrentam forte déficit de servidores. Faltam funcionários, vários se aposentaram ou estão em vias de aposentadoria, e há ainda os afastados pela covid-19". O sindicato afirma que entrou com uma ação no MP (Ministério Público) para que haja urgência em contratações.

"É uma tragédia anunciada. Não há servidores, as visitas continuam liberadas apesar da piora no quadro da pandemia e os detentos estão percebendo o déficit de funcionários, os riscos de Araraquara estão em outras unidades. É uma situação que põe em risco os funcionários e quem está fora dos muros também", afirma Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do sindicato.

Procurada, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) informou que, após perícia, foi identificado os que os tiros eram de calibre 9 milímetros.

"A Polícia Militar foi acionada mas até aquele momento não houve presos. O caso foi registrado na delegacia da região. Observamos que a unidade opera dentro dos padrões de disciplina e segurança da pasta", de acordo com a secretaria.