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Em confusão por toque de recolher, PM agride mulher com tapa no rosto em SP

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

04/03/2021 18h21

Um policial militar foi afastado das funções depois de agredir uma mulher com um tapa no rosto durante atendimento de uma ocorrência de descumprimento de toque de recolher em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. O caso foi ontem à noite. A PM abriu um processo na corregedoria para apurar excessos na conduta do caso.

Tudo aconteceu por volta da meia-noite, quando a polícia recebeu uma denúncia de aglomeração em um depósito de bebidas, que fica no bairro D.E.R. O estabelecimento estaria funcionando fora do horário determinado pela Prefeitura, que decretou o toque de recolher das 20h às 5h como forma de evitar o aumento no número de casos de coronavírus na cidade.

Uma testemunha contou ao UOL, sem se identificar, que um homem, que estava fazendo uma entrega de salgado e refrigerante, foi abordado pelos fiscais da Prefeitura na porta da casa, que é o ponto comercial que estaria irregular. Os agentes públicos estavam acompanhados dos PMs.

"De repente, vimos oito viaturas da PM chegando. Foi algo assustador", disse.O homem entrou na residência para pegar os documentos pessoais, quando a esposa dele saiu para tentar entender o que estava acontecendo.

"O homem pediu para que ela voltasse para dentro de casa, que estava tudo certo. Mas, quando falou isso, os policiais partiram para cima", contou a testemunha.

Um dos policiais colocou o joelho no pescoço do homem, que começou a passar mal. Nisso, a mulher se desesperou e questionou o motivo da imobilização. Ela levou um tapa no rosto durante a discussão.

Após os desentendimentos e a agressão, o casal foi preso e levado à Unidade de Pronto Atendimento para exame de corpo de delito. Em seguida, foram levados ao delegado de plantão e liberados em seguida.

Um boletim de ocorrência contra o policial que agrediu a mulher também foi aberto pela família.

Segundo a Polícia Militar, o PM envolvido no caso foi afastado e um inquérito policial militar foi instaurado para verificar se houve excesso na abordagem.

A corporação afirma, porém, que foram os proprietários da casa que começaram a confusão.

"Houve negação e desobediência, havendo ainda ameaça à integridade física dos agentes da vigilância e dos policiais militares. Por este fato, consequente da autuação, foi dada voz de prisão, havendo também resistência e tentativa de arrebatamento do detido por parte de uma mulher, que também investiu contra a ação dos policiais militares. Já estamos de posse das imagens divulgadas em redes sociais, o que irá ajudar nas investigações posteriores a respeito da atitude dos policiais militares", informou, por meio de nota.