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Polícia busca mensagens apagadas de celulares da mãe e padrasto de Henry

Caso Henry: Jairinho e mãe de Henry têm os celulares periciados pela políca - Reprodução/TV Record
Caso Henry: Jairinho e mãe de Henry têm os celulares periciados pela políca Imagem: Reprodução/TV Record

Do UOL, em São Paulo*

31/03/2021 08h14

A polícia tenta recuperar as mensagens apagadas dos celulares do médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e de Monique Medeiros, padrasto e mãe do menino Henry Borel, de 4 anos, que morreu no dia 8 de março, no Rio de Janeiro. 11 aparelhos foram apreendidos durante a operação que cumpria quatro mandados de busca e apreensão, ocorrida na sexta-feira (26).

Os celulares apreendidos na operação foram de Monique Medeiros, Dr. Jairinho e Leniel Borel, pai do menino, e passarão por perícia. A polícia irá utilizar um programa que consegue recuperar informações apagadas dos aparelhos a fim de obter mensagens que foram deletadas dos celulares de Monique e Jairinho.

Segundo o telejornal "RJ2", da TV Globo, uma análise preliminar nos aparelhos apontou que as mensagens foram apagadas em um dos celulares apreendidos na residência de Jairinho. Na casa de Monique, quatro celulares foram confiscados e, em ao menos um deles, também tem diversos diálogos suprimidos.

O advogado André França Barreto, que defende Monique e Jairinho, disse não ter conhecimento acerca das mensagens apagadas dos celulares dos clientes, mas explica que essa não seria uma atitude estranha.

"Se apagaram ou não, não tenho essa informação. (...) Não conheço essa informação. E também não estranharia se apagasse porque é comum as pessoas apagarem as mensagens dos celulares. Eu, por exemplo, apago [as mensagens] dos meus [celulares]", afirmou Barreto.

Depois da apreensão dos aparelhos, na última sexta-feira, Barreto explicou que Monique notou que o celular dela havia sido invadido por um hacker e tentou registrar um boletim de ocorrência Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, mas por não conseguir, fez um registro na Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca.

Psicóloga do menino é ouvida

Segundo a TV Globo, a polícia já ouviu 16 pessoas no inquérito que investiga a morte da criança. Na segunda-feira (29), o delegado titular da 16ª DP, Henrique Damasceno, ouviu a professora do Colégio Marista São José, onde Henry estudava, e também a psicóloga Érica Mamede, que acompanhava a criança. Em depoimento as profissionais disseram não ter visto anormalidade no comportamento do garoto nos dias que antecederam a morte.

Érica, que afirmou ter o interesse prestar depoimento com o objetivo de ajudar nas investigações, disse que as sessões de terapia de Henry foram iniciadas no dia 4 de fevereiro deste ano. De acordo com a profissional, ela foi procurada pela mãe de Henry porque o menino não estava querendo frequentar a escola e não queria ficar na casa dela, onde morava com Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca.

Leniel Borel explicou que a decisão dele e de Monique de procurar uma profissional aconteceu no final de janeiro também porque "o Henry estava falando que não gostava do tio [Dr. Jairinho] e que o tio machucava".

Mas, de acordo com Érica, Henry citou Jairinho somente na última das cinco sessões ao dizer que morava com um tio em casa. A profissional teria questionado o menino sobre quem seria esse tio e o garoto respondeu que era o "Tio Jairinho".

Érica, então, perguntou quem era Jairinho e a criança teria respondido que não sabia e, na sequência, disse que estava com saudades do pai. Ao ser perguntada se Henry aparentava ter medo do padrasto, a psicóloga afirmou que não.

Em depoimento, Jairinho chegou a dizer que na primeira vez que encontrou Leniel Borel, ele pediu para que o vereador não abraçasse mais o menino de forma forte. O parlamentar falou que achou o pedido curioso, porém explicou que não entendeu como uma ofensa.

*Com informações de Tatiana Campbell, em Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no 1° parágrafo desta matéria, Dr. Jairinho é vereador, e não senador. A informação já foi corrigida.