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Defesa de Jairinho e mãe de Henry entrará com pedido de habeas corpus

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

08/04/2021 13h56Atualizada em 08/04/2021 18h28

A defesa do médico e vereador Dr. Jairinho e da professora Monique Medeiros informou que irá entrar com um pedido de habeas corpus para que o casal seja solto. Os dois foram presos na manhã de hoje suspeitos da morte do menino Henry Borel, de 4 anos.

Após cerca de seis horas na delegacia da Barra da Tijuca, Dr. Jairinho e Monique deixaram o local ao grito de "assassinos" por populares. O advogado do casal, André França Barreto, reafirmou que não houve agressão e que o padrasto e mãe da criança são inocentes.

"Eles continuam com a mesma versão, com segurança e tem certeza de que são inocentes e de que são honestos. Desde o início eles têm se demonstrado colaborativos, se apresentando sempre que solicitados, inclusive espontaneamente, prestaram 12 horas de depoimento de maneira objetiva. Vamos entrar com todas as medidas judiciais cabíveis para encerrar essa situação que ao nosso ver é totalmente descabida", afirmou o advogado.

Questionado pela imprensa a respeito das mensagens trocadas entre Monique Medeiros e a babá de Henry Borel — revelando que a cuidadora e a mãe tinham conhecimento das agressões sofridas pelo menino — André França rebateu dizendo que a defesa mostrou "de maneira muito clara que a polícia quebrou a cadeia de custódia quando obteve esse celular. A gente tem questionado que a prova precisa ser protegida. Na medida que as autoridades foram naquela sexta-feira, obtiveram os celulares e não acautelaram, houve flagrante violação da quebra de custódia".

Outra dúvida respondida pelo advogado de Dr. Jairinho e Monique foi a respeito da movimentação notada pela Polícia Civil recentemente. Segundo as investigações, o casal teria ido para um terceiro endereço, na casa da tia do parlamentar, com uma mochila.

"Em hipótese alguma [tinham interesse de fugir], eles sempre estiveram no local onde afirmaram, todos em Bangu, tanto que a polícia os localizou hoje. Não existe qualquer motivo, não existe nada a ser escondido. Eles não pretendiam fugir. Acham uma injustiça, mas estão certos da inocência", afirmou França.

Ainda segundo a polícia, ao serem localizados na casa da tia do vereador, eles jogaram celulares pela janela. A defesa informou que em momento algum, durante as seis horas em que estiveram na 16ª DP, foram questionados sobre este ocorrido.

"Desconheço essas informações, não vi a coletiva e me causa estranheza uma coletiva com um caso que está sob sigilo, mas se de fato isso aconteceu, precisa ser apurado. Eles não foram indagados sobre nenhum episódio de jogar celular fora. Eles são inocentes, sempre foram encontrados [pela polícia], não à toa foram encontrados hoje", acrescentou o advogado.

A defesa de Dr. Jairinho e Monique Medeiros voltou a falar sobre a possibilidade de a morte do menino ter sido um acidente doméstico: "O que a gente está demonstrando é que o improvável acontece".

Após a Polícia Civil revelar que Dr. Jairinho momentos após a morte de Henry Borel ter ligado para uma pessoa do alto escalão da saúde pedindo que o corpo do menino não fosse para o Instituto Médico Legal, o advogado André França respondeu aos questionamentos afirmando não ver problema quando, em meio a uma pandemia, a família do menino solicitar ao vereador, "que é uma pessoa influente", que agilize o trâmite.

"Ele [Jairinho] não sabia do procedimento, quando foi informado que o procedimento era aquele, não houve nenhum tipo de pedido para encurtar caminhos", acrescentou André França.

Por fim, a defesa do casal relembrou o questionamento da Polícia Civil após a empregada doméstica realizar a limpeza do apartamento antes de a perícia ser feita. Além disso, França garantiu que os objetos pessoais, como porta-retratos, não foram alterados por Dr. Jairinho e Monique para dar uma falsa ilusão de harmonia na casa.

"As cenas do apartamento não foram mudadas de maneira proposital, a própria empregada doméstica já informou que fez a limpeza do local, ela explicou que só soube da morte do Henry por volta das 10h. Se a empregada doméstica vai todos os dias no apartamento, tem a chave do apartamento, chega 7h/7h30 como ela diz, fez a limpeza é só se comunicou com a Monique para saber do fato às 10h, que limpeza é essa pra limpar local de crime?", finalizou o advogado.

Depois de deixarem a delegacia, Dr. Jairinho e Monique foram levados para a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio de Janeiro, para passarem pelos primeiros trâmites.

O vereador Dr. Jairinho, padrasto do menino Henry Borel, saindo da 16ª Delegacia de Polícia, no Rio - Tatiana Campbell/UOL - Tatiana Campbell/UOL
O vereador Dr. Jairinho, padrasto do menino Henry Borel, saindo da 16ª Delegacia de Polícia, no Rio
Imagem: Tatiana Campbell/UOL

Logo em seguida, Monique e Jairinho serão encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal), no Centro da cidade, onde irão realizar o corpo de delito. Por fim, o casal será levado ao sistema prisional.