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Doria promete vacina e metroviários e motoristas de ônibus suspendem greve

Sindicatos cogitaram greve para pedir a inclusão de motoristas e cobradores na vacinação contra a covid - Roberto Casemiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Sindicatos cogitaram greve para pedir a inclusão de motoristas e cobradores na vacinação contra a covid Imagem: Roberto Casemiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Ana Caratchuk

Colaboração para o UOL

19/04/2021 19h49Atualizada em 19/04/2021 23h29

Após uma reunião com representantes do governo de São Paulo, sindicatos de motoristas e cobradores da capital paulista decidiram suspender a greve que estava marcada para esta terça (20). A paralisação havia sido convocada para pedir a inclusão dos trabalhadores da categoria na lista de prioridade para a vacinação contra a covid-19.

Valdevan Noventa, presidente do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), diz que o governo João Doria (PSDB) se comprometeu a anunciar uma data para o início da vacinação de motoristas e cobradores nesta quinta-feira (22).

A nossa luta é justa, estamos lutando pela vida. Infelizmente os especialistas e governantes nos esqueceram, colocaram professores e agentes de segurança como prioridade, e nós estamos desde o início da pandemia trabalhando 24 horas por dia."
Valdevan Noventa, presidente do Sindmotoristas

Segundo ele, o governo também prometeu não dar mais prioridade apenas aos trabalhadores do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na fila da vacinação. A imunização dos metroviários foi incluída pelo governador no grupo prioritário da vacina neste fim de semana, o que causou descontentamento entre os funcionários da área de transportes rodoviários.

Ainda de acordo com o presidente do Sindmotoristas, será criada uma comissão permanente de representantes dos trabalhadores para a avaliação, junto ao governo, das regras e critérios para a vacinação dos trabalhadores.

Motoristas e cobradores sustentam que devem fazer parte do grupo prioritário na imunização devido à exposição deles à doença, já que o transporte público não parou desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020.

"Além de os companheiros estarem sendo infectados, eles também estão infectando os passageiros", disse o presidente do Sindmotoristas durante uma assembleia realizada mais cedo.

Em nota, o governo de São Paulo informou que formará um grupo de trabalho para que seja possível a elaboração de um cronograma de imunização de motoristas e cobradores.

O estado entende que é importante imunizar os trabalhadores do transporte, não só pelos riscos que correm, mas, sobretudo, por serem essenciais no funcionamento da sociedade. Assim como fizemos com outras categorias, precisamos construir de forma coletiva este plano."
Eduardo Ribeiro, Secretário-Executivo da Saúde

Na noite de hoje, a Justiça do Trabalho deu decisão liminar favorável à Prefeitura para que, durante uma eventual greve, o transporte funcionasse com ao menos 85% da frota entre as 6h e as 9h e entre as 16h e as 19h na capital paulista. Nos demais horários, o número de veículos em circulação deveria ser de 70% do total.

Metroviários também suspendem greve

Em assembleia realizada na noite de hoje, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo também decidiu suspender a greve que aconteceria nesta terça. A decisão acontece após a inclusão de parte dos trabalhadores do transporte urbano de trilhos, que compreende metrô e trens, na campanha de imunização contra a covid-19 do estado de São Paulo.

Apresentada pela diretoria do sindicato, a proposta pela suspensão da paralisação dos metroviários foi aprovada com 1.337 votos (81,67%) dos presentes. Outros 247 membros (15,09%) votaram pela manutenção da greve na terça e 53 (3,24%) se abstiveram. O estado de greve, no entanto, será mantido, e nos próximos dias os funcionários farão protestos para pedir a vacinação de todos os trabalhadores da rede.

Para a diretoria do Sindicato dos Metroviários, a previsão de vacinação dos trabalhadores do Metrô e da CPTM ainda é muito limitada e não garante a imunização de toda a categoria. Mesmo assim, o sindicato classificou o anúncio do governo estadual como um "recuo".