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Suspeito de atacar creche no interior de SC tem prisão preventiva decretada

Hygino Vasconcellos e Rafael Bragança

Do UOL, em Pinhalzinho (SC) e São Paulo

05/05/2021 16h00Atualizada em 05/05/2021 18h54

O juiz Caio Lemgruber Taborda, da Comarca de Pinhalzinho (SC), acatou hoje o pedido do MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) e decretou a prisão preventiva do jovem de 18 anos suspeito de invadir, atacar e matar duas professoras e três crianças em uma creche no município de Saudades, no interior do estado.

O jovem está sedado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional do Oeste, em Chapecó (SC), e seu estado é grave, de acordo com o boletim médico divulgado na tarde de hoje.

O delegado Jerônimo Marçal, responsável pela investigação, solicitou o indiciamento do suspeito por cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, por meio cruel e sem possibilidade de defesa às vítimas) e uma tentativa de homicídio, pois uma criança sobreviveu e segue internada em um hospital de Saudades (SC).

Na mesma sentença que ordenou a prisão preventiva, Taborda determinou a quebra de sigilo dos dados do computador, do videogame e do pen drive que estavam em posse do suspeito. A defesa do jovem, que será feita pelo defensor Kleber dos Passos Jardim, solicitou exames para averiguar a sanidade mental do jovem, mas o juiz negou o pedido.

Taborda ressaltou que o comportamento do suspeito após o crime foi um dos fatores para decretar a prisão preventiva

Sua maior preocupação era quantas pessoas havia conseguido matar, demonstrando seu desprezo pela vida humana e a sua incapacidade de retornar, ao menos neste momento inicial e mediante as informações coletadas, ao convívio da sociedade, o que demanda seu encarceramento cautelar
Caio Lemgruber Taborda, juiz da Comarca de Pinhalzinho

"Assim, as circunstâncias dos fatos ora apurados evidenciam exacerbada periculosidade do conduzido, sendo que sua liberdade, sem qualquer dúvida, representa grave abalo público e risco para a sociedade, diante da possibilidade de reiteração das condutas praticadas por pessoa que já demonstrou não possuir arrependimento nem dar valor à vida", reiterou o magistrado.

O suspeito teve que passar por uma operação após, segundo a polícia, tentar tirar a própria vida depois de realizar o atentado.

Segundo informações preliminares coletadas pela Polícia Civil, ele tinha um perfil reservado, estava sofrendo bullying na escola em que cursava o ensino médio e vinha maltratando animais.

O suspeito não tinha antecedentes criminais ou passagens registradas pela polícia e, até agora, não se sabe qual foi a motivação do crime no CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela.

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