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SP: Funcionária da limpeza ensina colega de trabalho a ler e escrever

Edvania aproveita horário do almoço para ensinar a amiga a ler e escrever - Reprodução/ TV Tem
Edvania aproveita horário do almoço para ensinar a amiga a ler e escrever Imagem: Reprodução/ TV Tem

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/06/2021 09h27Atualizada em 08/06/2021 09h27

Aos 48 anos de idade, Eliene Maria da Conceição enfrentava um grande desafio: o de não saber ler e escrever. Moradora de Lençóis Paulistas, cidade a 286 km de São Paulo, ela viu essa situação mudar graças a empatia e a iniciativa de uma amiga de trabalho, que passou a alfabetizá-la.

Foi trabalhando no setor de limpeza do Poupatempo da cidade que Eliene e Edvania de Oliveira se conheceram. Companheiras no setor de limpeza Edvania sentiu a dor da amiga e decidiu ajuda-la ensinando a ler e escrever.

"Chegou o dia que a Eliene chegou aqui muito triste, passou por um momento que uma pessoa humilhou ela porque ela não sabia ler. Ela conversou comigo e chorou. Eu senti a dor dela", disse Edvania, em entrevista à TV Tem, afiliada Globo no interior paulista.

As aulas acontecem todos os dias, no local de trabalho. As amigas aproveitam o horário do almoço para estudarem. Edvania ensina o que aprendeu quando ajudava a um dos filhos que tinha dificuldades na escola:

Eu tenho muito orgulho dela, porque ela tem muita vontade. A gente sabe que não é fácil, que tem uma barreira, mas ela está todo dia aqui perseverando, fazendo as 'tarefinhas', aprendendo, estudando em casa antes de dormir."

A iniciativa também ganhou o incentivo dos colegas de trabalho. O primeiro kit escolar de Eliene, com caderno, estojo e lápis, foi presente da coordenadora.

"A minha chefe me deu um caderninho, lápis, estojo, e fiquei emocionada, porque vi com aquilo que eu ia aprender mesmo", diz Eliene.

O resultado de tanto esforço logo apareceu. Eliene já sabe ler e escrever e lembra que se emocionou quando conseguiu digitar no celular a primeira mensagem para o filho.

"Chorei de felicidade quando ele respondeu: 'que lindo mãe, está certinho'. Fiquei muito emocionada", disse.

"Tudo é possível e você pode um dia conseguir. Como eu estou com 48 anos e eu vou conseguir ler, se deus quiser. Eu já consegui", acrescenta a profissional.