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PM que pisou no pescoço de dona de bar negra é denunciado pelo MP-SP

Policial pisa no pescoço da comerciante Elisabete Teixeira da Silva durante abordagem em Parelheiros, em maio de 2020 - Reprodução/TV Globo
Policial pisa no pescoço da comerciante Elisabete Teixeira da Silva durante abordagem em Parelheiros, em maio de 2020 Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

17/06/2021 10h05

O policiai militar que pisou no pescoço de uma mulher negra, dona de um bar, durante uma abordagem em Parelheiros, em São Paulo, e o parceiro que o acompanhou na ação, em maio do ano passado, foram denunciados pela Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público. Se a denúncia for aceita pela justiça, os PMs João Paulo Servato e Ricardo de Morais Lopes serão acusados de lesão corporal grave, abuso de autoridade, falsidade ideológica e inobservância de regulamento.

A vítima, Elisabete Teixeira da Silva foi atacada pelos policiais ao tentar impedir a agressão da dupla contra dois homens. No dia, a PM foi acionada para atender a uma ocorrência de funcionamento irregular de estabelecimento, com base na legislação vigente por conta da pandemia.

Na delegacia, os policiais alegaram terem sido agredidos com uma barra de ferro, socos e chutes por populares. A versão foi desmentida após o depoimento de testemunhas e análise do vídeo. As imagens mostram que Elizabete foi lançada ao chão, imobilizada e pisada no pescoço por um dos policiais, conforme foi registrado em um vídeo.

Para a promotora Giovana Ortolano Guerreiro, os PMs "inseriram e fizeram inserir declaração falsa e diversa da que devia ser escrita, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, atentando contra a administração e o serviço militar".

Servato já havia sido indiciado pela Polícia Civil por abuso de autoridade. Na época, reportagem do UOL apurou que, após o ocorrido, ele não foi afastado de imediato, como informou o governo paulista. Ele foi transferido para um batalhão, onde permaneceu atuando nas ruas por 45 dias, segundo relato de outros policiais.

Na abordagem, a comerciante, que na época tinha 51 anos, quebrou a tíbia e ficou com a perna engessada por 30 dias. Ela também precisou passar por uma cirurgia para colocação de uma haste e dois pinos.