'A polícia não tem medo de matar inocentes', diz namorado de Kathlen Romeu
Marcelo Ramos Silva, namorado da designer de interiores Kathlen Romeu, que foi morta durante operação policial na comunidade do Complexo do Lins, na zona norte do Rio de Janeiro, afirmou que "a polícia não tem medo de matar inocentes".
Em entrevista à revista Fórum, o designer gráfico e tatuador revelou que se sente "completamente devastado, com medo, incrédulo e revoltado" com o assassinato de sua companheira, que estava grávida de quatro meses.
"É inadmissível esse tipo de ação policial acontecer, uma ação inapropriada e irregular. Eles [os agentes] são preparados para isso que fizeram, para chegar lá e dar tiro para cima dos bandidos e se pegar em um inocente, pegou. A polícia não tem medo de matar inocente. Se matar, matou. Essa é a realidade", declarou Ramos para Fórum.
Para Marcelo, a operação que acabou tirando a vida de Kathlen não deveria ser conduzida da forma como foi feita. "As pessoas que moram na favela merecem ter uma vida digna", desabafou o tatuador, ressaltando que os moradores das áreas de comunidades "não podem sair, botar o pé na rua e achar que vão tomar um tiro do nada".
Segundo o designer gráfico, no dia em que Kathlen foi morta "não houve troca de tiros", conforme foi justificado pelos policiais, mas, sim, "um assassinato por parte da polícia". Ele afirma que quando os agentes chegaram ao Complexo do Lins os traficantes estavam sentados e não atiraram, foi "a polícia [que] veio e saiu atirando".
"Não houve muitos tiros, foram, se não me engano, uma ou duas rajadas rápidas. Eles já saíram correndo, e a Kathlen foi atingida porque passava exatamente na hora, infelizmente."
Marcelo Ramos contou que ele e Kathlen tinham planos para se casar e estavam constituindo uma família, mas os planos foram interrompidos de forma trágica.
Policiais são afastados
Kathen Romeu, de 24 anos, foi morta no dia 8 de junho, após ter sido atingida com um tiro de fuzil no peito. Na ocasião, a jovem, que estava grávida de quatro meses, caminhava por uma via de acesso à favela ao lado da avó, Sayonara Fátima de Oliveira, quando os tiros foram disparados, e um deles acabou atingindo a designer de interiores.
À imprensa, a avó de Kathlen disse que não havia um tiroteio naquele momento, e que elas foram surpreendidas pelos disparos. A corporação, por sua vez, alega que os agentes estavam em patrulhamento, quando foram atacados por criminosos e reagiram. Os 12 agentes que estavam na favela durante a operação foram afastados das ruas.
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