Topo

Esse conteúdo é antigo

Marido confessa ter matado psicóloga por asfixia, diz polícia

Psicóloga Melissa Mazarello morreu após discussão com o marido - Reprodução/Instagram/@melissamazzarello
Psicóloga Melissa Mazarello morreu após discussão com o marido Imagem: Reprodução/Instagram/@melissamazzarello

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL

18/06/2021 16h16Atualizada em 18/06/2021 16h41

O analista de tecnologia de informação Leandro de Barros Soares confessou ontem à Polícia Civil do Distrito Federal ter matado a esposa, a psicóloga Melissa Mazzarello, de 41 anos. Segundo a versão dele, o crime aconteceu após uma discussão entre os dois.

O assassinato aconteceu na manhã de ontem na residência do casal, em Sobradinho, no Distrito Federal, quando os filhos deles, de 6 e 8 anos, estavam na escola. A investigação apontou asfixia como causa do óbito. Menos de uma semana antes, no Dia dos Namorados, a vítima chegou a homenagear o marido nas redes sociais.

"13 anos...que esse colinho seja sempre o meu refúgio, o meu caminho e o meu sustento. Vamos vivendo e aprendendo a amar e ser amado, nos permitir nos reencontramos e caminharmos juntos, juntinhos, mas não tão juntos (piada interna). Feliz dia dos namorados", escreveu Melissa no Instagram.

Leandro se entregou no início da noite de ontem, depois de pegar os filhos e deixá-los na casa da avó paterna.

O caso chegou à Polícia Civil por meio dos vizinhos. Eles relataram que ouviram uma discussão ríspida entre o casal seguida de silêncio ao longo do dia.

"Comparecemos a residência, arrombamos o portão e encontramos a vítima na cama, com a barriga para cima, com sinais de morte por esganadura ou algo que impedisse a respiração. Apuramos que o autor seria o marido e iniciamos as buscas", confirmou o delegado Hudson Maldonado, da 13ª Delegacia de Polícia Civil.

O analista de TI se entregou após o irmão dele intermediar a negociação com os investigadores.

O suspeito disse em depoimento, segundo o delegado, que a briga foi motivada por uma suposta traição da esposa. O casal se separou brevemente em setembro de 2020, depois de Leandro agredir Melissa, mas acabou se reconciliando em janeiro deste ano.

No interrogatório, Leandro ainda teria dito que a esposa morreu após ele segurá-la com um "abraço de contenção".

"O autor chegou a ser preso [em 2020] e foi deferida uma medida protetiva, mas em janeiro ambos retornaram o casamento. Ele disse que fizeram uma viagem romântica no último Dia dos Namorados, mas que ontem descobriu que a esposa permanecia com a traição. A vítima reagiu com fúria e, na versão dele, ele fez um abraço de contenção, causando a morte da vítima sem intenção de matar, por falta de ar", descreveu o delegado.

Para a Polícia Civil, o caso é tratado como feminicídio com intenção de matar.

"Houve foi um crime de feminicídio, injustificável, doloso e intencional, tanto que ele saiu da residência sem acionar socorro", concluiu.

O que diz a defesa

O advogado Alexandre de Melo Carvalho, que atua na defesa de Leandro, confirmou o teor do depoimento do suspeito à investigação.

"Não justifica o que ele fez, mas temos provas de traições. Tinham um relacionamento de 13 anos, ambos com a vida consolidada. Nisso, descobriu a traição. Reitero que isso não é motivo, tanto que a intenção dele nunca foi de matá-la", declarou.

Ainda de acordo com a defesa, Leandro não chamou socorro para reanimar a esposa porque já sabia da possibilidade da prisão e, por isso, pretendia se despedir dos filhos.

"Ele entrou em desespero porque no momento que tocou nela, não sentia mais o pulso. Não possui treinamento médico, mas ao ver que ceifou a vida, entrou em desespero e pensou apenas em se despedir dos filhos porque sabia que seria preso", afirmou.

O suspeito aguarda audiência de custódia para saber se permanecerá preso ou se responderá o processo em liberdade. O TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) informou ao UOL que a previsão é de que o procedimento ocorra no sábado (19), a partir das 9h.