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Acusado de matar Marielle é suspeito de outros 4 homicídios, diz jornal

O policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco - Marcelo Theobald/Agência O Globo
O policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco Imagem: Marcelo Theobald/Agência O Globo

Colaboração para o UOL

19/07/2021 17h36

A Força-Tarefa do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que investiga as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes encontrou evidências de que Ronnie Lessa, sargento reformado da Polícia Militar, estaria envolvido em outros quatro homicídios. A informação foi divulgada hoje pelo jornal O Globo.

Em virtude disso, os inquéritos que apuram as mortes do ex-deputado estadual Ary Brum, em 18 de dezembro de 2007; do então presidente da associação do Camelódromo da Rua Uruguaiana, Alexandre Farias Pereira, em 18 de maio de 2007; e dos irmãos Ary e Humberto Barbosa Martins, em 6 de novembro de 2006, serão reabertos.

Segundo a reportagem, os agentes encontraram na casa de Lessa a íntegra do depoimento de um dos filhos de Pereira, prestado na época em que o então presidente do Camelódromo foi morto, juntamente com um bilhete que continha a seguinte mensagem: "Periquito mandou sarquear" — termo usado por policiais para verificar os antecedentes criminais de uma pessoa.

De acordo com a força-tarefa, "periquito" era o apelido de Djacir Alves de Lima, que teria assumido a liderança da associação no lugar de Pereira. Segundo o jornal, a briga pelos lucros oriundos de negócios ilícitos e o controle do Camelódromo teriam motivado o assassinato de Pereira.

Além disso, com a quebra do sigilo digital de Lessa, foi verificado que ele pesquisou o CPF do ex-deputado Ary Brum em 22 de outubro de 2007 — praticamente dois meses antes de Brum ser executado na zona norte do Rio. Aproximadamente um mês antes do duplo homicídio, nos dias 2 e 9 de outubro de 2006, o sargento reformado da PM também pesquisou os nomes de Ary Barbosa e sua mulher, cujo nome não será divulgado por questão de segurança.

Outras apurações da força-tarefa do Caso Marielle e Anderson e da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) revelam indícios que comprovam a ligação de Lessa com Cristiano Girão, ex-vereador e ex-chefe de milícia de Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. O policial militar reformado teria sido contratado por Girão para assassinar o ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como André Zoio, e sua companheira, Juliana Sales de Oliveira. O casal foi morto em 14 de junho de 2014, e a causa seria a disputa pelo controle de Gardênia Azul.

De acordo com o jornal, MP-RJ e polícia avaliam que a relação encontrada entre Lessa e Girão são um passo fundamental para desvendar o Caso Marielle.