Topo

Esse conteúdo é antigo

Mulher recupera papagaio e conta segredo para encontrá-lo: Música sertaneja

Maria de Lourdes vive longe de seu papagaio Lourão desde 2018 e mata a saudade com um quadro - Reprodução/ EPTV/ Globoplay
Maria de Lourdes vive longe de seu papagaio Lourão desde 2018 e mata a saudade com um quadro Imagem: Reprodução/ EPTV/ Globoplay

Do UOL, em São Paulo

02/08/2021 15h45Atualizada em 02/08/2021 18h33

Após ter seu papagaio de estimação apreendido pela Polícia Militar Ambiental em 2018, Maria de Lourdes Ventura Sousa, moradora de Ribeirão Preto (SP), conseguiu na Justiça de São Paulo a posse de "Lourão", animal silvestre que cria em casa há 35 anos.

Mas apesar da ordem, a empregada doméstica não sabe se o reencontro será possível, já que desde a apreensão ela não tem notícias da ave, encaminhada para um abrigo de uma ONG em Assis, também no interior paulista.

"Se ele estiver ainda vivo, vai ser bem forte a emoção [do reencontro], porque ele fazia parte da minha família, era como filho", disse Maria de Lourdes ao Jornal da EPTV, afiliada da TV Globo na região.

Segundo a reportagem, "Lourão" foi apreendido depois de uma denúncia anônima que dizia que o animal silvestre estava sendo criado fora das normas exigidas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Recorrendo na Justiça, ela reconquistou a posse do papagaio e pode voltar a criá-lo. "A Justiça entendeu que entregá-lo ao meio ambiente natural seria mais prejudicial que mantê-lo naquele ambiente. [...] E o animal não sofria maus-tratos", reiterou o advogado da mulher, David Borges Isaac.

foto 1 - Reprodução/ Globoplay/ Arquivo pessoal - Reprodução/ Globoplay/ Arquivo pessoal
Lourão era criado por Maria de Lourdes há 35 anos e foi levado para uma ONG em Assis (SP)
Imagem: Reprodução/ Globoplay/ Arquivo pessoal

"Eu queria morrer. Fiquei muito depressiva, chorava muito, ficava só num quarto escuro. Eu não tinha vontade de nada", confessa Maria de Lourdes sobre sua reação à apreensão de Lourão.

O reencontro da dona com o animal estava marcado para o último final de semana, mas ela enfrenta uma barreira, já que a ONG para a qual ele foi encaminhado não faz ficha de origem dos animais que recebe. Para superar o desafio, a mulher diz que já tem uma estratégia: Cantar a música "É o amor", de Zezé Di Camargo e Luciano, uma das favoritas dele.

Hoje o UOL entrou em contato com a ONG Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres) que abrigou o Lourão. Eles confirmam que Maria de Lourdes foi até o local e disse ter identificado "Lourão", levando-o para casa.

Caso é exceção

A reportagem da EPTV ouviu a bióloga Giselda Person que reafirmou que, segundo a lei brasileira, animais silvestres devem viver soltos e em caso de criação precisam permanecer em ambientes fiscalizados e certificados pelo Ibama. Porém, ela concorda que, no caso de Lourão, é melhor o animal voltar para a dona.

"O animal sendo retirado desse contato, desses anos todos de convivência com a pessoa, ele vai para um local cheio de outros da espécie dele, ele vai ficar triste, em um cantinho, sem vida mesmo. Concordo que volte", justificou a profissional.