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Com incêndio prolongado em Juquery, paulistas denunciam soltura de balões

Moradores relataram nas redes sociais terem visto balões na região de Franco da Rocha (SP) - Reprodução/Instagram
Moradores relataram nas redes sociais terem visto balões na região de Franco da Rocha (SP) Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

23/08/2021 20h18Atualizada em 23/08/2021 21h21

Com o incêndio que degradou cerca de 65% da área ambiental do Parque Estadual Juquery ainda fora de controle, moradores de São Paulo usam as redes sociais para denunciar e criticar quem ainda faz uso de balões, uma das possíveis origens das chamas. Moradores da região de Franco da Rocha (SP) chegaram a registrar balões na área próxima ao parque e, até agora, ao menos 11 suspeitos de soltarem os artefatos foram detidos pela polícia.

Em publicações realizadas nas redes sociais, usuários afirmaram ter visto os objetos no ar momentos antes. O movimento acaba contemplando a atividade em diversas áreas do estado, mesmo sem relação direta com o incêndio.

Em um vídeo reproduzido por página de moradores de Tatuapé, um internauta mostra um balão voando e caindo em pouco tempo na vegetação ao lado. As imagens foram feitas na manhã deste domingo (22), mas em Cotia (SP) e, segundo o autor, que preferiu não se identificar, não teria provocado chamas. "Ele queimou ainda no ar, e já chegou em chama nas árvores. Fez uma fumaça, mas não causou incêndio".

Com a revolta coletiva, dado os estragos ambientais, as denúncias se multiplicam. Uma usuária do Twitter afirmou ter visto, no sábado (21), um balão sobrevoando a área e ter denunciado às autoridades a presença do objeto. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões é considerado crime ambiental, sob a Lei Nº 9.605/98. A pena prevista é de detenção de um a três anos ou multa.

O mesmo relato foi registrado por outros usuários nas redes sociais.

Outra usuária relatou ter visto um balão próximo à Francisco Morato, que está a cerca de 8,3 km de Franco da Rocha.

Uma moradora da região da Cantareira também afirmou ter visto outros balões durante a semana nas redes sociais.

Ao UOL, a SSP-SP (Secretária de Segurança Pública de Sâo Paulo) informou que dos homens detidos até agora por soltar balões, sete foram levados à Delegacia de Franco da Rocha e um deles, um advogado de 44 anos, confessou ter soltado o objeto no ar e foi preso em flagrante. Os demais suspeitos foram ouvidos e liberados em seguida.

"O caso foi registrado como fabricar, vender, transportar ou soltar balões e a autoridade policial arbitrou fiança, conforme determina a legislação, que foi paga e o homem, liberado", diz a secretaria em nota.

Em Itaquaquecetuba, guardas municipais encontraram artefatos utilizados na soltura e confecção de balões em diversos veículos no Jardim Mônica. Três homens estão sendo investigados e o caso foi registrado na delegacia do município.

Já em Jacareí, a Polícia Militar Ambiental deteve um homem, de 37 anos, flagrado com cordas no local de uma queda de balão. O material foi apreendido e encaminhado para o 1º DP e o suspeito está sendo investigado.

Equipes de resgate seguem tentando parar o incêndio no Parque Estadual do Juquery. A Delegacia de Investigações sobre Infrações contra o Meio Ambiente de Franco da Rocha está analisando imagens e em busca de elementos que auxiliem na identificação da origem do incêndio, conforme informou a SSP-SP.

A época se torna ainda mais perigosa para a prática, uma vez que com onda de calor e baixa umidade, a vegetação pega fogo mais facilmente.

Como denunciar

A atividade de baloeiros pode ser denunciada no estado de São Paulo por meio dos telefones 190 (Polícia Militar) e 181 (Disque-Denúncia).

Em caso de emergências envolvendo balões, os números adequados são 199, da Defesa Civil, ou 193, do Corpo de Bombeiros.

Além disso, o governo do estado disponibiliza o aplicativo Denúncia Ambiente, canal online para comunicar crimes ambientais, possibilitando o envio de fotos e descrição da ocorrência.