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Polícia prende mais 2 suspeitos de ataques em Araçatuba; total vai a 5

Marcelo Casagrande

Colaboração para o UOL, em Araçatuba

31/08/2021 16h28Atualizada em 31/08/2021 17h17

Dois homens suspeitos de participarem do ataque de ontem a bancos de Araçatuba foram presos pela Polícia Civil. Com essas detenções de hoje, sobe para cinco o número de prisões ligadas ao caso. Três pessoas morreram durante a ação da quadrilha.

O UOL apurou que um dos suspeitos está baleado em um dos braços e com o cotovelo gravemente ferido. A polícia ainda não confirmou se ele deu alguma informação sobre o crime.

Esse preso estava com outros dois homens, investigados por um suposto envolvimento com um núcleo do PCC (Primeiro Comando da Capital) do Distrito Federal. Os dois homens presos não teriam ligação direta com o crime no interior de São Paulo, apenas o terceiro, não identificado pelas autoridades.

A prisão foi feita no bairro Lago Azul, por policiais da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais), do Dise (Departamento de Investigação sobre Entorpecentes) e por homens da Polícia Civil do DF.

Segunda prisão do dia

O segundo preso na cidade está internado na Santa Casa de Piracicaba. Até então, ele estava sob escolta preventiva, já que deu entrada com ferimentos graves de tiros na madrugada de hoje.

No entanto, após a identificação feita pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), foi verificado que ele era procurado pela Justiça. Ao que tudo indica, ele tem relação com o crime em Araçatuba, segundo fontes policiais ouvidas pela reportagem.

Mais prisões

Ontem, três pessoas foram detidas em Araçatuba, poucas horas depois do crime. No entanto, apenas um casal permaneceu preso. Eles foram levados para a sede da Polícia Federal na cidade e, segundo a Polícia Militar, confessaram que tinham o papel de 'olheiros' da quadrilha.

Já em Campinas, policiais do Deic prenderam um homem envolvido no ataque. A prisão foi feita no bairro Parque da Figueira. Ele teria admitido participação no crime, mas a função dele no ataque ainda não foi informada.

As investigações estão sob responsabilidade da Polícia Federal, já que os alvos do ataque foram agências bancárias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Diante disso, os presos devem ser encaminhados para a PF.

Em apuração

Além dos presos, outra pessoa segue internada sob escolta na Santa Casa de Araçatuba. A polícia apura se os ferimentos que ele apresentava ao dar entrada na unidade têm ou não ligação com a ação.

Suspeito morto era do PCC, diz polícia

O Suspeito de integrar a quadrilha que assaltou três agências bancárias em Araçatuba (SP) morto na madrugada de ontem, Jorge Carlos de Mello, fazia parte do PCC (Primeiro Comando da Capital). A informação foi confirmada ao UOL pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas no combate à facção criminosa.

O ataque aos bancos, o mais violento do tipo nos últimos dois anos segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, terminou com outros dois mortos - os moradores da cidade Renato Bortolucci e Márcio Victor Possa da Silva - e mais quatro feridos.

Jorge Carlos de Mello, 38, estava em liberdade desde 27 de março de 2017, quando deixou a penitenciária de Mirandópolis, no interior de São Paulo.

Ele era do PCC e com função importante na rua. Era um dos integrantes do que denominam de 'raio-X'. Integrava um grupo da facção responsável por fiscalizar as ações do tráfico para depois repassar as informações à cúpula
Lincoln Gakiya, promotor de Justiça de SP

Com extensa ficha criminal e sete passagens pelo sistema carcerário, ele respondeu por crimes como tráfico de drogas, roubo, receptação, violência doméstica, jogos de azar, lesão corporal e até estupro. O UOL não localizou os advogados de Mello.

O ataque às três agências bancárias no centro de Araçatuba foi deflagrado na madrugada de ontem. Segundo a polícia, pelo menos 20 pessoas participaram da ação, que foi marcada por explosões, ataques a base da PM e uso de reféns como escudo humano.

Além de Mello, morreram civis: o empresário Renato Bortolucci, de 38 anos, e o professor de educação física Marcio Victor Possa da Silva, de 34. A polícia ainda não divulgou qual o valor levado pela quadrilha.

*Com reportagem de Herculano Barreto