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Suspeita de golpes é procurada ao colocar silicone e dar calote em clínica

Último golpe atribuído à suspeita foi contra uma clínica de estética; prejuízo foi de R$ 31 mil - Cortesia
Último golpe atribuído à suspeita foi contra uma clínica de estética; prejuízo foi de R$ 31 mil Imagem: Cortesia

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL, em Brasília

31/08/2021 18h08

A Polícia Civil do Distrito Federal está à procura de uma mulher suspeita de aplicar golpes financeiros em pelo menos 20 empresas ou pessoas físicas. Os crimes começaram a ser registrados nas delegacias da capital em 2016.

Uma das fraudes mais recentes, no ano passado, foi contra uma clínica especializada em cirurgia plástica. Joyce Elaine Ferreira de Queiróz Dias, de 35 anos, se apresentou como bancária. Ela fez lipoaspiração, colocou silicone e nunca pagou pelos procedimentos. O prejuízo foi de cerca de R$ 31 mil.

Sob a condição de anonimato, a gestora da clínica na época aceitou conversar com o UOL. Ela conta que Joyce pagou apenas o anestesista e a internação; e combinou que um suposto namorado acertaria o valor da cirurgia com dois cheques. "No dia do procedimento, ela chegou acompanhada de um homem, que disse ser o namorado dela, e ele assinou os cheques. Só depois a gente percebeu que o cheque nem estava no nome desse suposto namorado e que não tinha fundo", explica.

A gestora disse que quando procurou Joyce para entender o ocorrido já era tarde demais. Ela não foi mais localizada e não voltou na clínica nem para as consultas do pós-operatório. A empresa acionou o Ministério Público e quando a estelionatária foi notificada, começou a fazer ameaças ao médico-cirurgião pelo WhatsApp.

O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal e, segundo o delegado Marcelo Portela, existem várias outras denúncias contra Joyce em delegacias da capital. "Essa mulher tem reiterados envolvimentos em crimes de estelionato. São mais de 20, com incidências diversas", afirma o policial.

Segundo a Polícia Civil, em março de 2020, a suspeita tentou abrir uma conta bancária em nome de uma suposta empresa de projetos e intermediação de negócios, usando um contracheque falso. Na ocasião, ela estava acompanhada de uma mulher de 22 anos. As duas foram abordadas dentro da agência, depois que a atendente suspeitou delas. Nesse dia, documentos e um carro Fiat/Toro foram apreendidos, mas a mulher não foi presa.

O delegado Wisley Salomão, que investiga outras denúncias contra ela na Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes, não quis gravar entrevista, mas informou que atualmente não existe mandado de prisão contra Joyce.

Este mês, a Justiça do Distrito Federal determinou a penhora de bens da mulher, depois que ela foi denunciada por uma escola de idiomas de não pagar pela matrícula de seus filhos. A empresa alega prejuízo de quase R$ 6 mil.

Recentemente, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a mulher por denunciar um idoso falsamente por injúria e ameaça. Ela fechou negócio com o homem para a compra de uma casa, mas, após receber a escritura do imóvel, não teria pago o valor combinado, por isso, o idoso registrou uma ocorrência. Em retaliação, ela teria inventado que tinha um relacionamento com o homem e o denunciou por injúria e ameaça.

O juiz condenou a mulher a mais de 3 anos de prisão, em regime semiaberto, mas a reportagem apurou que ela continua em liberdade.

O UOL tentou localizar a defesa de Joyce Dias via defensoria pública, que apontou responsáveis para a suspeita em ocasiões anteriores, mas ainda não houve retorno. O espaço segue aberto para atualizações tão logo ela ou seus defensores se manifestem.