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Babá agredida por patroa diz que passava fome: 'Não há corpo que aguente'

Investigada desferiu socos e tapas no rosto e nas costas de babá, além de ameaça-la - Reprodução/Youtube/Correio
Investigada desferiu socos e tapas no rosto e nas costas de babá, além de ameaça-la Imagem: Reprodução/Youtube/Correio

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/09/2021 12h06

Raiane Ribeiro, babá que pulou do terceiro andar de um prédio, em Salvador, para fugir dos maus-tratos que sofria de Melina França, afirmou que, além das agressões cometidas pela patroa, registradas em um vídeo divulgado ontem, também passava fome durante as horas de serviço e chegou a desmaiar.

Apesar de saber da importância das imagens para o desenrolar da investigação sobre o caso, Raiane admitiu que prefere não vê-las. "É muito triste passar pelo que eu passei, então é muito difícil de ver. Nem eu consigo ver", disse a mulher, citando o "desespero" que sentia enquanto trabalhava na casa de Melina.

Segundo Raiane, as agressões mostradas no vídeo foram desencadeadas após ela dizer à patroa que "iria embora". Ela também revelou que não se trancou no banheiro, de onde pulou, para evitar mais agressões, mas que foi colocada lá pela própria Melina, que tentava mantê-la em cárcere.

Perguntada por que não reagia aos golpes dados pela patroa, Raiane disse que não tinha "estrutura" para responder às agressões e, portanto, só se defendia. "No momento de desespero só queria sair dali", afirmou.

Em um ponto do vídeo, as agressões são tantas que a babá chega a desmaiar. Segundo ela, isso aconteceu não só pela intensidade dos golpes que sofria, mas porque também não bebia nada e não estava bem alimentada

"Não tem corpo que aguente ficar sem alimentação, sem beber e ainda recebendo pancada. Eu lembro que minha cabeça começou a rodar e eu ficava sem conseguir respirar direito."

Raiane ainda disse desconhecer uma terceira mulher, que aparece no vídeo, pedindo para Melina parar com as agressões. "Ela não impede, não pede ajuda, não me tira, não faz nada. Ela deixa o tempo todo", relatou.

Embora Raiane já tenha deixado Salvador, onde vivia apenas para o trabalho na casa de Melina, ela disse estar precisando ir para a capital com frequência, por conta do andamento das investigações. Como ela não tem parentes na cidade, ela diz que as idas e vindas não têm sido fácil, fazendo a sua vida "complicada":