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Franca e Ribeirão Preto, no interior de SP, ficam sob nuvem de poeira; veja

Nuvem vermelha de poeira cobre Ribeirão Preto

Band News

Do UOL*, em São Paulo

26/09/2021 19h41Atualizada em 27/09/2021 09h11

As cidades de Franca e Ribeirão Preto, no nordeste do estado de São Paulo, ficaram cobertas por uma nuvem de poeira nesta tarde. Pouco depois, começou a chover, o que ajudou a dissipar a formação.

A tempestade de areia passou por locais como Presidente Prudente, Jales, Araçatuba, Barretos e algumas cidades de Minas Gerais que fazem fronteira com o estado.

Relatos nas redes sociais mostram a nuvem a partir das 15h30. A paisagem impressionou usuários do Twitter, que compararam o cenário ao filme "Mad Max".

Veja:

Imagens registradas pelo Estadão Conteúdo também mostram o centro de Franca sob poeira. Pouco depois, a região registrou pancadas de chuva. Segundo o Ciiagro (Centro Integrado de Informações Meteorológicas), choveu 24,4 milímetros até as 17h na região de Ribeirão Preto.

Nuvem de poeira encobre a cidade de Franca na tarde deste domingo - Igor do Vale/Estadão Conteúdo - Igor do Vale/Estadão Conteúdo
Nuvem de poeira encobre a cidade de Franca na tarde deste domingo
Imagem: Igor do Vale/Estadão Conteúdo

Fenômeno é causado por estiagem e vento antes de tempestade

Em entrevista à Globo News, a meteorologista Daniela Freitas, do Climatempo explicou que essa barreira de terra é comum para essa época do ano, em que ocorre a passagem da estiagem para um período mais úmido, com chuvas isoladas. "Todos os núcleos intensos de chuva acontecem de forma isolada, associada a grandes rajadas de vento", explicou.

"Foi o que aconteceu ao longo desta tarde em São Paulo e em cidades do Triângulo Mineiro, núcleos de chuva se formaram e, antes da chuva chegar, veio toda essa frente de rajada que fez com que a poeira subisse e se elevasse para alguns níveis mais altos da atmosfera".

Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, o fenômeno é comum em países da Ásia, onde é conhecido como "haboob". Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um "rolo compressor" de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.

"Primeiro, vem a nuvem de temporal e tempestade, que gerou a corrente de vento mais horizontal e bagunçou todos esses detritos. Como faz meses que não chove naquela região, tem muita poeira, o solo e a vegetação estão secos, e as queimadas também contribuíram", explica Estael.

Os satélites do Instituto Nacional de Meteorologia mostraram que o município de Franca registrava ventos intensos de até 60 km/h hoje. A região também estava sob alerta de tempestades com até 30 milímetros de chuva por hora e risco de granizo, como o que atingiu partes da capital paulista na véspera, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e de alagamentos.

Apesar de Estael explicar que este é um evento natural devido às condições do clima, ela também aponta que ele é mais característico de países da Ásia e não tão comum ao Sudeste do Brasil. Entretanto, ela diz que o fenômeno tem uma forma de se dissipar sozinho. "O vento que segue da tempestade vai ajudando a espalhar mais essa areia e ela se dissolve, como o processo do nevoeiro, que é lento mas ajudado pelo próprio vento".

*Com Estadão Conteúdo