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RJ: Meninos são baleados enquanto brincavam em praça e mãe relata desespero

03.out.2021 - Criança é atendida em hospital após ser baleada enquanto brincava em Duque de Caxias - Arquivo Pessoal
03.out.2021 - Criança é atendida em hospital após ser baleada enquanto brincava em Duque de Caxias Imagem: Arquivo Pessoal

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

04/10/2021 12h06Atualizada em 04/10/2021 12h06

Dois meninos foram baleados na tarde de ontem (3) em Saracuruna, Duque de Caxias (RJ). Kaio, de 11 anos, foi atingido na coxa, enquanto Victor, de 10, foi alvejado no quadril. Como um dos tiros foi de raspão e o outro não deixou bala alojada no corpo da vítima, os dois tiveram alta do hospital.

Segundo testemunhas, os tiros começaram por volta das 16h, enquanto crianças e adultos estavam em uma praça da região. As testemunhas contam que um carro preto desceu a rua dando muitos tiros em direção a área de lazer e fugiu em seguida. O caso está sendo investigado pela polícia civil da 60ª DP, em Campos Elísios.

Victor e os colegas estavam brincando havia 40 minutos em uma praça da região, com campo de futebol e mesa de pingue-pongue. Por volta das 16h, um carro preto desdeu a rua e começou a atirar em direção a área de lazer. Os tiros duraram cerca de cinco minutos.

"Eu estava em casa quando comecei a ouvir muitos tiros. Fui para o portão, todo mundo estava desesperado, avistei muitas crianças correndo, mas meu filho não veio. Fui em direção a praça e quando cheguei lá, meu filho estava no chão, com a perna toda ensanguentada. Os vizinhos vieram em minha direção, pediram calma, meu filho estava acordado e disse: 'Mãe, meu bumbum tá queimando'. Ele tinha sido atingido no quadril", disse ao UOL a dona de casa Elma Fernandes, mãe de Victor.

O pai de Victor e os vizinhos colocaram o menino no carro e levaram para o hospital mais próximo. Chegando lá, viram que Kaio também havia se machucado, mas como foi de raspão, foi liberado em seguida. Victor ficou internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes e não precisou passar por cirurgia, já que a bala não ficou alojada. O menino passa bem e teve alta na noite de ontem (3).

"Meu filho ficou muito assustado no momento, mas está reagindo bem, é um menino muito forte. Ele se queixou de dores e um incomodo na hora dormir, vai precisar tomar uns medicamentos e passar por tratamento psicológico. Eu achei que poderia ser muito pior, mas graças a Deus não foi grave. Fiquei muito assustada... Em pleno domingo, na quadra esportiva, e acontece isso? É de se assustar qualquer um, ninguém esperava", contou a mãe de Victor.

A família e os vizinhos estão com medo após o ocorrido e não sabem quem foi o autor dos disparos e nem a razão para isso.

O Delegado Paulo Roberto Lima Freitas, da 60ª DP, que investiga o caso, disse ao UOL que os tiros teriam como alvo outra pessoa, e não as crianças: "Ainda possuímos poucas informações sobre o caso, minha equipe está no local, mas acreditamos que seja uma disputa territorial travada entre a milícia e o tráfico de drogas da região. A vítima seria outra pessoa que estava na praça quando ocorreu esse fato", afirmou ele.

As investigações estão em andamento em busca de testemunhas e imagens para identificar a autoria do crime.