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Mãe de 4ª vítima de explosão em churrasqueira pede investigação e desabafa

Lorena Pelanda

Colaboração para o UOL, em Curitiba

19/10/2021 10h37Atualizada em 19/10/2021 15h27

"Não recebi nenhum abraço de conforto". A mãe de Willian Silva Benitez, de 28 anos, ainda procura explicações para a morte do filho, quarta vítima da explosão de uma churrasqueira que deixou outros três jovens mortos, no dia 2 de outubro, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. O rapaz ficou mais de duas semanas internado, em coma, e teve a morte confirmada ontem.

Márcia Campos Silva pede que a polícia investigue os culpados, principalmente após o filho ter relatado que o causou a explosão foi uma pessoa ter jogado gasolina na churrasqueira, o que é contraindicado.

Desde o dia da tragédia, Willian estava internado no Hospital Evangélico Mackenzie, com mais de 90% do corpo queimado.

"Tem que ter um culpado. Ninguém me procurou até agora, nenhum amigo, ninguém que estava lá, ninguém foi interrogado. Não recebi nenhum abraço de conforto", desabafou Márcia, ao UOL.

Ela diz que Willian estava com dois celulares: um deles explodiu e o outro aparelho está com ela.

As roupas que estavam queimadas na casa foram jogadas no lixo, mas mesmo assim tenho provas do que aconteceu. Meu filho saiu de lá todo queimado e falou que jogaram gasolina na churrasqueira. O celular dele está comigo, mas não consigo desbloquear para ver quais foram as últimas mensagens que ele recebeu.

Márcia afirma que era a primeira vez que Willian tinha frequentado a casa do vizinho Alysson Aparecido, que agora não mora mais no local do acidente.

"Eu ia ao hospital todo dia, desde a explosão. Ele estava muito machucado e teve o corpo todo queimado. Meu filho estava em coma e não resistiu. A gente quer justiça. É uma mistura de revolta e tristeza. Não tinha nenhuma criança no local e todo mundo era adulto. Alguém sabe dizer o que aconteceu"

churrasqueira - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Três pessoas já haviam morrido; Willian estava internado desde o incidente
Imagem: Reprodução/Facebook

A Delegacia de Explosão, Armas e Munições de Curitiba investiga o caso. De acordo com a Polícia Civil do Paraná, o delegado responsável pelas apurações, Adriano Schohfi, deve instaurar um inquérito nos próximos dias. O UOL pediu uma entrevista com Schohfi, mas não foi atendido na demanda.

A polícia aguarda um laudo da criminalística para começar a intimar as testemunhas. Por enquanto, não há previsão de quando isso deve acontecer.

O dono da casa, Alysson Aparecido, foi procurado pelo UOL, mas não retornou os pedidos de entrevista.

O corpo de Willian deve ser liberado ainda nesta terça-feira do Instituto Médico Legal de Curitiba (IML) para passar pelo velório e enterro, ainda não definidos pela família.