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Marília Mendonça: Vídeo mostra reação de casal ao presenciar queda de avião

Pietra Carvalho

Do UOL, em São Paulo

10/11/2021 10h26Atualizada em 11/11/2021 22h39

Um casal presenciou a queda do avião que levava a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas em uma queda d'água em Piedade de Caratinga (MG). A dentista Rossana Bartot, que mora ao lado do local do acidente há 10 anos, contou que estava saindo de casa com o marido quando os dois ouviram o barulho do bimotor, como se alguém estivesse "batendo em uma lata".

As câmeras de segurança da residência registraram a reação do casal, que acompanhou a queda passo a passo - mas não capturaram o avião. Apesar disso, as imagens foram entregues ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que investiga as causas da queda e também visitou os moradores para colher seus depoimentos.

"No vídeo não dá pra ver o avião, mas deu pra eles [investigadores] verem pra qual lado a gente estava olhando, pra terem certeza que o avião estava passando pelo lado que a gente tinha falado. O vídeo me mostra fechando a porta e naquele momento eu já ouvi um barulho muito forte, como se fosse um helicóptero e um avião juntos, e era como se estivessem batendo em uma lata", detalhou Rossana ao UOL.

Segundo ela, o avião seguia uma trajetória reta quando fez uma curva e caiu sobre a queda d'água. A moradora contou com a ajuda de psicólogos do Cenipa, parte da Força Aérea Brasileira, para conseguir se recuperar do susto.

Foi tudo muito rápido. Ele passou sobre as árvores, eu parei para olhar pro céu. Ele fez uma curva, balançou bastante, com uma asa pra cima e outra pra baixo, e caiu. Foi tudo muito triste, uma coisa terrível, eu fiquei muito desorientada, fiquei com medo dele explodir. Entrei no carro correndo, como se fosse me proteger, mas foi uma coisa horrível. Eu fiquei dois dias sem dormir, foi só quando eu conversei com o pessoal do Cenipa, que tem uma psicóloga, que fui acalmando meu coração.

O acidente aconteceu na tarde de sexta-feira (5). O avião havia partido de Goiânia (GO) e seguia para Caratinga (MG), cidade em que a cantora faria um show para 8.000 pessoas. Além de Marília, também morreram o produtor Henrique Ribeiro; o tio da artista, Abicieli Silveira Dias Filho; o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.

A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) afirmou que a aeronave atingiu uma linha de distribuição de alta tensão antes de cair, a 5 km do aeródromo. Ainda de acordo com a Cemig, o cabo específico rompido na colisão era um cabo para-raios, que não fica energizado.

Pilotos haviam relatado a existência de uma antena e uma torre de energia sem iluminação próximas ao aeródromo de Caratinga. Segundo a Cemig, porém, os equipamentos estão fora da zona de proteção do aeródromo, ou seja, não são irregulares, informação que está sendo averiguada pela polícia.