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Designer de moda é achada morta em casa, em Paraty; laudo aponta homicídio

Thalissa Dourado, de 27 anos, foi encontrada morta, com um saco plástico na cabeça e mãos amarradas Imagem: Reprodução/Instagram

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

12/11/2021 18h45Atualizada em 13/11/2021 07h19

A Polícia Civil investiga a morte da designer de moda Thalissa Nunes Dourado, de 27 anos, que foi encontrada com as mãos amarradas e um saco na cabeça na manhã de sexta-feira (5) em Paraty, Costa Verde do Rio de Janeiro. Família e amigos acreditavam que ela poderia ter cometido suicídio, mas o laudo pericial aponta que Thalissa foi assassinada e morreu por asfixia.

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, em sua última noite, Thalissa saiu para o bar Colônia, com os amigos do curso de idiomas onde dá aula. Ela retornou de madrugada para casa com um casal de amigos. Em depoimento, eles disseram que a amiga tinha bebido, chegou a cair e machucou o nariz. O casal fez um curativo, colocou a para dormir e foi embora em seguida.

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Segundo a polícia, a designer sofria com um quadro depressivo, tomava medicamentos e já tentou suicídio uma vez, dessa mesma forma, com um saco na cabeça: "Chegou a ser cogitado pela família, pelos amigos que poderia ter sido suicídio, mas agora a história foi diferente. Ela estava com as mãos amarradas, colhemos outros elementos nos exames periciais que nos levaram a crer que foi homicídio e não suicídio. Os indícios são contundentes e já temos suspeitos. Não resta dúvida que se trata de um assassinato", disse ao UOL Marcelo Haddad, delegado da 167ª DP, responsável pelas investigações.

Nascida e criada em São Paulo, Thalissa morava em Paraty desde o início da pandemia. A mãe e a avó também haviam se mudado para a cidade recentemente, mas ela dividia um apartamento com uma amiga, que foi quem encontrou o corpo da vítima..

Ao UOL, Vivian Tubertino explicou que ouviu quando a designer chegou em casa, mas não percebeu nada fora do normal:

"Eu já estava deitada quando pouco depois escutei que a Thalissa chegou com esse casal de amigos. Eles entraram com ela, mas só ficaram na sala, no andar de baixo. Riram um pouco e parecia uma situação normal. Eles foram embora e eu escutei a Thali subindo as escadas sozinha, por volta de meia-noite. Depois disso, eu dormi. Até essa hora ela estava bem e, até onde eu percebi, ela estava sozinha", disse Vivian.

Por volta das 5h40, a amiga acordou e saiu para pedalar às 6h20 com um amigo: "Voltei próximo das 9h30 e percebi que ela ainda estava dormindo, mas isso era normal da Thalissa. Ultimamente ela estava dormindo bastante, só levantava em cima da hora e eu sabia que ela tinha saído na noite anterior para beber. Então continuei a minha manhã normalmente", afirmou Vivian.

Às 11h50, Vivian percebeu que a amiga ainda não tinha levantado e decidiu perguntar a uma colega se Thalissa iria dar aula naquela manhã, ao meio-dia. Foi então que ela decidiu subir para acordá-la:

Bati na porta dela com insistência e, como ela não respondeu, eu abri. Foi o pior cenário possível. Eu me desesperei, mas toquei nas pernas dela pra ver se ainda dava pra fazer alguma coisa, mas ela já estava completamente dura.

Thalissa Dourado, de 27 anos, foi encontrada morta, com um saco plástico na cabeça e mãos amarradas Imagem: Reprodução/Instagram

Nesse momento ela decidiu ligar para a polícia, ambulância e chamou duas amigas para a auxiliarem: "O Samu chegou e logo e constatou que ela estava morta desde as 6h, 8h. Pela cena, eu achei que fosse suicídio. Ela já estava em um quadro depressivo muito forte e piorou bastante nas últimas duas semanas", disse a amiga.

"Eu não faço ideia do que aconteceu, me dá pânico pensar que alguém entrou na minha casa no meio da noite, fez tudo isso e eu não escutei nada. Mas ao mesmo tempo eu acho que se tivesse escutado alguma coisa, teria levantando pra ver... Talvez eu também pudesse ter sido morta por ser uma testemunha", adicionou Vivian.

Família e amigos foram interrogados e imagens de câmeras de segurança coletadas pela polícia estão sendo usadas para elucidar o caso: "Com essas imagens já coletamos elementos muito importantes que serão fundamentais para chegar a autoria", disse o delegado Marcelo Haddad.

Carreira

Thalissa era formada em design de moda pelo Istituto Europeo di Design em São Paulo. Ao longo de sua carreira, trabalhou em marcas renomadas como Reinaldo Lourenço e Ricardo Almeida.

Recentemente, ela tinha criado sua própria marca de roupas. "Ao longo deste último ano doido, nasceu a Alba, me mudei pra Paraty e me tornei professora de idiomas. Poder participar do processo de educação de uma pessoa é algo que ainda me emociona a cada lição que eu corrijo, deu positivo pra chorona aqui. Ter conseguido dar a luz à Alba seguindo todos os propósitos que eu acredito dentro de um mundo mais consciente, continua sendo um aprendizado e evolução diários. E estar morando nessa cidade, a qual eu sempre tive uma conexão desde meus 17 anos, é me apaixonar todos os dias pelo meu caminho", disse Thalissa, em uma publicação no final de agosto.

Centro de Valorização da Vida

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

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