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MP e Polícia Civil do Rio fazem operação contra grupos neonazistas

Armas e livros de apologia ao nazismo encontrados na casa de um dos alvos da Operação Bergon em Suzano (SP) - Reprodução
Armas e livros de apologia ao nazismo encontrados na casa de um dos alvos da Operação Bergon em Suzano (SP) Imagem: Reprodução

Igor Mello

Do UOL, no Rio

16/12/2021 06h57Atualizada em 16/12/2021 08h25

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil do Rio deflagraram na manhã de hoje (16) uma megaoperação contra uma rede de grupos neonazistas e extremistas que se organizavam por meio de grupos de WhatsApp. Até as 6h30, duas pessoas já tinham sido presas, segundo fontes consultadas pelo UOL.

A Operação Bergon, como foi batizada, é fruto de sete meses de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especializado no Combate ao Crime Organizado). Foram expedidos quatro mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão. Além do Rio de Janeiro, há alvos localizados em outros seis estados — São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, e Rio Grande do Norte.

Um dos mandados foi cumprido em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. A cidade é a mesma onde dois jovens invadiram uma escola e mataram sete pessoas em 2019, mas não há informações sobre relação entre o alvo do mandado e o ataque até o momento. Na casa do homem foram encontradas sete facas, uma besta (equipamento similar a um arco) e oito flechas, além de livros neonazistas.

A operação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência do MP-RJ, e é realizada em conjunto com DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima).

De acordo com o MP-RJ, a operação tem como objetivo combater "associações entre indivíduos que praticam, divulgam e instigam a realização de atos de discriminação e preconceito em relação à raça, cor, etnia e procedência nacional, além do crime de corrupção de menores".

Quebras de sigilo telefônico e de dados autorizadas pela Justiça revelaram a existência de grupos neonazistas e ultranacionalistas articulados digitalmente. Os investigados —alguns deles adolescentes— usavam aplicativos de mensagens como o WhatsApp e redes sociais para postar mensagens, imagens e fotografias de caráter racista, antissemita, homofóbico e nazista. As mensagens ainda defendiam a prática de atos violentos contra esses grupos.

O nome da operação faz referência à freira francesa Denise Bergon, que desafiou nazistas ao abrigar e salvar a vida de dezenas de crianças judias durante a Segunda Guerra.