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Capitólio: Governo identificou 500 áreas em risco iminente, diz ministro

Colaboração para o UOL, em Alagoas

17/01/2022 08h25

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, informou que o governo federal conseguiu identificar pelo menos 500 áreas "em risco iminente" de desabamento, após a queda de uma rocha nos cânions de Capitólio, Minas Gerais, no último dia 8, que deixou 10 mortos.

Em entrevista ao "Fantástico", Machado contou que o Serviço Geológico do Brasil mapeou centenas de áreas em que há risco de desprendimento da rocha e afirmou que o governo, em parceria com os estados e municípios, agirá para "oferecer segurança ao turista".

Ainda, o ministro destacou a possibilidade de que seja criado um adendo na lei que obrigue os estudos de risco ou vistorias em áreas remotas, como os cânions, falésias, cavernas e cachoeiras, haja vista que hoje a lei determina essas vistorias apenas nas áreas urbanas.

"Já vamos disponibilizar 500 áreas em risco iminente. Quero fazer isso o mais rápido possível, para ontem. Para que a gente possa cada vez mais oferecer mais segurança ao turista, envolver os estados e municípios, que são lá na ponta, na capilaridade. É uma tragédia que serve de alerta para todos nós", afirmou o ministro do Turismo.

Ao "Fantástico", o secretário de Meio Ambiente do Piauí, Daniel Marçal, destacou que será realizada uma operação conjunta entre os órgãos federais e estaduais "que atuam na área de gestão ambiental, com apoio do corpo de bombeiros, até início de fevereiro para [que sejam] retomados os passeios de forma regular".

Após acidente, cidade fica de luto e turistas 'fogem'

Desde a tragédia nos cânions, que deixou dez mortos, a cidade de Capitólio, localizada a 280 km de Belo Horizonte, se equilibra entre o luto pelas vítimas e a preocupação com os impactos no turismo, principal fonte de renda da região.

Na cidade e nas vizinhas São José da Barra e São João Batista do Glória, pousadas relatam cancelamentos após o acidente —em alguns casos, de 100% dos quartos. O tempo chuvoso também atrapalha. A prefeitura não passou números oficiais.

Uma semana depois da tragédia, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apura se o acidente pode ter sido causado por ação de terceiros. Segundo o órgão, no entanto, ainda é necessário aguardar um laudo que está sendo produzido por geólogos a fim de verificar qual seria o motivo da queda. Também não está descartada a possibilidade de o acidente ter alguma causa natural.

O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva, disse na semana passada que nunca foi feito um estudo de análise de risco geológico na região. "Acredito, assim, que para a gente olhar dentro de uma tragédia e fazer um questionamento desse não seria virtuoso. Daqui para frente, sim, a gente precisa fazer uma análise dessa", afirmou.

Além do turismo, a área também abriga condomínios de luxo e casas de alto padrão, com moradores que circulam pelo lago em barcos, lanchas e jet ski. A moto aquática é um dos atrativos da área, levando a prefeitura de Capitólio a sediar uma etapa do Brazil Cup de jet ski em novembro de 2021.