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Catarinenses que ostentavam luxo são presos por golpes que somam R$ 1 mi

Quadrilha clonava cartões de crédito de clientes que tinham conta com limite alto em banco - Divulgação/Polícia Civil RJ
Quadrilha clonava cartões de crédito de clientes que tinham conta com limite alto em banco Imagem: Divulgação/Polícia Civil RJ

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

12/05/2022 18h27Atualizada em 13/05/2022 20h06

Uma suposta quadrilha de estelionatários de Balneário Camboriú (SC) foi presa pela Polícia Civil no momento em que deixavam uma joalheria do Leblon, bairro nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro. Eles tentaram comprar itens de luxo com dinheiro que teria sido adquirido através de golpes aplicados na deep web. As investigações mostraram que o prejuízo chegou a R$ 1 milhão.

Apesar do pouco tempo no Rio de Janeiro — pouco menos de um mês — o grupo tem passagens por estados do Sul, Sudeste e Nordeste. Eles conseguiam dados das vítimas que possuem alto limite bancário na deep web. Em seguida, clonavam cartões de crédito e geravam links para pagamentos virtuais. Por fim, transferiam o dinheiro da pessoa que teve o cartão clonado para contas de "laranjas".

"Eles compravam produtos com altos valores. Joias, roupas de grife, maquiagem, perfumes importados e faziam a revenda desses produtos comprados com a clonagem dos cartões em contas de rede social. Eles estão acostumados a aplicar esse golpe", disse a delegada Daniela Terra, titular da 14ª DP (Leblon), em entrevista ao UOL.

Depois de conseguir o dinheiro, a quadrilha realizava transações bancárias de pequenas quantias para dificultar o rastreamento. Eles compraram motos, jet skis e fizeram viagens. Segundo a polícia, as informações na deep web eram compradas por R$ 250 para ter acesso a 50 dados pessoais.

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Quadrilha clonava cartões de crédito de clientes que tinham conta com limite alto em bancos
Imagem: Divulgação/Polícia Civil RJ

A Polícia Civil identificou que Diego Luís Pereyra Ferreira, suspeito de chefiar o esquema, Willian Teixeira Chicorsky, Fernanda Natalina dos Santos Lima e Angélica de Jesus Albercht viviam uma rotina de luxo. Além das prisões, foram apreendidos o carro usado por eles — um Audi Q3 — dez celulares, R$ 4,6 mil em espécie, uma pistola com a numeração raspada, dois carregadores e munição. Peças de ouro também foram encontradas.

"Na hora que forem comprar produtos pela internet, verifiquem a licitude desses produtos, a origem, porque a partir do momento que você compra produtos que você não sabe a origem, você está fomentando esse tipo de crime que vem crescendo — já que existem pessoas que ainda compram pela internet sem procurar saber", ressaltou Daniela Terra.

Antes de o grupo ser levado para a delegacia, Diego Luís Ferreira chegou a oferecer R$ 150 mil aos policiais para que todos fossem liberados. Em sede policial, ele disse que poderia dar uma Mercedes, moto e um jet-ski. Um dos suspeitos, que é estudante de direito, dispunha de mais de R$ 493 mil na conta corrente.

De acordo com o inquérito, o grupo foi autuado em flagrante por estelionato, associação criminosa, corrupção ativa e posse de arma de fogo de uso restrito.

Procurada pelo UOL, a defesa dos suspeitos, conduzida pelo advogado Fábio da Silva, alega entender que a prisão foi ilegal e nega que tenha havido qualquer tentativa de suborno.

"A polícia foi até o apartamento de Willian, sem qualquer mandado judicial, aonde teria encontrado as supostas provas do crime de estelionato. Os valores indicados pela polícia relacionados ao suposto golpe são irreais, pois os indiciados estavam no Rio de Janeiro, há cerca de um mês, à procura de trabalho e não teriam qualquer possibilidade de auferir os valores indicados.

A defesa respeita, mas discorda da decisão que decretou a prisão preventiva e já está preparando o Habeas Corpus. Em relação ao suborno, nenhum policial relatou isso em seus depoimentos."