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Menina escreve bilhete para relatar abusos de padrasto: 'Me ajuda'

Menina deixou bilhete com monitor de transporte escolar - Reprodução/NSC
Menina deixou bilhete com monitor de transporte escolar Imagem: Reprodução/NSC

Giorgio Guedin

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

13/05/2022 11h07Atualizada em 13/05/2022 15h55

Uma menina de 10 anos entregou um bilhete para um monitor de transporte escolar com a seguinte frase: "Me ajuda, estou sofrendo abuso sexual". O caso aconteceu em Chapecó (SC) e o principal suspeito é o padrasto, de 55 anos, que está preso preventivamente desde ontem. Segundo a Polícia Civil, ele nega a acusação.

Conforme o delegado Éder Matte, responsável pelo caso, a menina passou a mensagem quando chegou à escola onde estuda. O ajudante do motorista entregou o bilhete na instituição de ensino, que chamou o Conselho Tutelar. A Polícia Civil, por fim, foi acionada na última terça-feira (10), quando ouviu a mãe e a vítima.

"Fizemos outras diligências, perícia, laudo do IML e na quarta-feira representei pela prisão preventiva, que foi cumprida ontem", afirmou Matte, ao UOL.

A família é humilde. Em depoimento, a mãe que é diarista, afirmou que não sabia dos abusos. "Eles aconteciam há cerca de 5 meses, sendo que o último foi na semana passada. A mãe trabalhava como diarista uma ou duas vezes por semana e eram nesses períodos, segundo a vítima, quando ocorriam os abusos", detalhou o delegado. Os laudos confirmaram os abusos.

Em depoimento, o padrasto negou o crime. Conforme a Polícia Civil, ele não tem defesa constituída — portanto, não foi possível ouvir sua versão.

Até ontem, a vítima continuava morando com a mãe, que tem um filho menor de idade fruto do relacionamento com o suspeito. A Polícia Civil pretende concluir a investigação até semana que vem, realizando outras diligências e ouvindo mais testemunhas.

Encorajar outras vítimas

A forma como foi feita a denúncia chamou atenção até da polícia, que pode encorajar outras vítimas - especialmente crianças e adolescentes.

"Muitas vezes, as pessoas não têm como ir até uma delegacia, tem vergonha ou principalmente um trauma. Às vezes a própria família não acredita e a lição que fica é essa: denunciar, para que o Conselho Tutelar, a polícia tome as providências necessárias", afirmou Matte.