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Jairinho destitui advogados após discordância sobre adiar interrogatório

O ex-vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, durante audiência do Caso Henry  - Brunno Dantas/TJ-RJ
O ex-vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, durante audiência do Caso Henry Imagem: Brunno Dantas/TJ-RJ

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

13/06/2022 10h14Atualizada em 20/07/2022 12h07

Horas antes de começar o interrogatório na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), destituiu seis advogados que estavam habilitados para a sua defesa no processo que apura a morte de Henry Borel, de quatro anos.

Juntamente com a mãe do menino, Monique Medeiros, Jairinho é acusado de assassinato. A defesa de Jairinho continua a ser comandada pelos advogados Cláudio Dalledone e Flávia Fróes. Nenhum dos advogados destituídos faziam parte do escritório dos dois principais defensores.

Em nota, Dalledone afirmou que "a troca não altera a estratégia da defesa" do ex-vereador, que adotou a linha de questionar a produção das provas periciais.

Os advogados que não mais representam Jairinho são: Eric de Sá Trotte, Bruno Mattos Albernaz de Medeiros, Telmo Bernardo Batista, Luiz Felipe Alves e Silva, Natália Gomes da Silva e Karina Oliveira Marinho.

Trotte e Albernaz informaram que deixaram a defesa por "incompatibilidade técnica" com os atuais advogados de Jairinho. Os defensores citam o último pedido de adiamento do interrogatório, negado pela Justiça no último sábado (11) —segundo eles, o pedido foi "alvo discordância". "A defesa ética, técnica e comprometida com o processo sempre foi e continuará sendo o norte do trabalho desenvolvido por estes signatários."

Ao longo do caso, Jairinho trocou de defesa ao menos duas vezes.

Justiça negou pedido para suspender interrogatório

A Justiça do Rio de Janeiro negou pedido da defesa de Jairinho para suspender a realização de interrogatório no processo sobre a morte do menino Henry Borel. A audiência está marcada para hoje após ter sido adiada pela juíza Elizabeth Louro, titular da 2ª Vara Criminal do Rio.

A decisão de suspender o pedido dos advogados de Jairinho é do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal.

Ao protocolar o recurso, a defesa de Jairinho afirmou que houve cerceamento de defesa na decisão de Louro que negou que os responsáveis pelo atendimento de Henry no Hospital Barra D'Or prestassem novos depoimentos. Na ocasião, a magistrada também negou oitivas dos médicos Antônio Mendes Birasoli Júnior e Gabriela Graça, e de mais dois técnicos de necropsia.

"Ficou demonstrado, durante depoimento dos peritos, diversos erros e omissões no laudo de necropsia do menino Henry. O desembargador negou liminarmente o pedido, que agora será apreciado pelos demais magistrados da 7ª Turma do TJ", disse Dalledone, que defende Jairinho.

No despacho que negou o pedido da defesa do ex-vereador, porém, Almeida Neto afirma que "se assegurar plenitude de defesa não pode levar ao absurdo de eternizar o processo, escavucando o nada a cada vez que o processo chega próximo ao seu desate, pedindo a produção de novas provas".