Topo

Esse conteúdo é antigo

Greve de ônibus em SP afeta 1,5 milhão de pessoas; confira empresas paradas

Ônibus estacionados na garagem AE Carvalho, da VIP Transportes, na zona leste de São Paulo, próximo a Itaquera - Reprodução/TV Globo
Ônibus estacionados na garagem AE Carvalho, da VIP Transportes, na zona leste de São Paulo, próximo a Itaquera Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

29/06/2022 07h36Atualizada em 29/06/2022 09h55

Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo começaram hoje à 00h mais uma paralisação em busca de demandas como hora de almoço remunerada, PLR e plano de carreira no setor de manutenção.

A paralisação afeta 675 das 1,2 mil linhas diurnas, responsáveis por 6.008 ônibus na capital paulista. A previsão é de 1,5 milhão de usuários sejam afetados até o horário de pico, às 9h, segundo boletim da SPTrans divulgado às 6h. A Prefeitura informou que o rodízio de carros estará suspenso na capital ao longo de hoje, permitindo a circulação dos veículos com placas de finais 5 e 6.

Faixas exclusivas e corredores de ônibus também estão liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve. De acordo com a pasta, durante a madrugada, 88 linhas, de 150, ficaram inoperantes.

Imagens feitas pelo Bom Dia São Paulo, da TV Globo, mostram a escassez de veículos nos pontos fora dos terminais, com muitos deles passando direto, já lotados, mesmo com passageiros esperando pelo transporte público.

O julgamento do dissídio, que pode dar fim à paralisação, está marcado para a tarde de hoje. Em 31 de maio, a SPTrans obteve uma liminar na Justiça do Trabalho que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil para os trabalhadores envolvidos na greve.

A companhia administrada pela prefeitura, que gere o transporte por ônibus na capital, solicitou à Justiça aumento no valor desta multa, de acordo com o boletim de operações divulgado hoje. Não foram fornecidos detalhes sobre o novo valor pedido.

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizado", afirmou a companhia em nota. A secretaria informou que 17 das 40 garagens cadastradas no sistema estão sendo acompanhadas.

A partir das 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida, exceto na Express, na Zona Leste. O Grupo Local de Distribuição não foi afetado.

Já as vans do serviço Atende+, que transportam pessoas com deficiência de alto grau de severidade, estão operando normalmente.

Linhas foram estendidas para ajudar no acesso ao metrô

Para amenizar os transtornos causados pela paralisação, no Terminal Campo Limpo, 12 linhas estão sendo estendidas até a Vila Sonia, para permitir conexão com o sistema metroviário na Linha 4 - Amarela.

No terminal Vila Nova Cachoeirinha e no terminal Casa Verde, as linhas também estão sendo estendidas até os terminais Barra Funda e Santana, dando acesso às linhas 3-Vermelha e 1 - Azul do metrô, além de integração às Linhas 7-Rubi e Linha-8 Diamante da CPTM.

Já no terminal Varginha, quatro linhas estão sendo estendidas até o terminal Grajaú, onde há conexão com a linha da CPTM.

Três linhas Conexão Petrônio Portela e cinco linhas Conexão Vila Iório foram prolongadas para o Terminal Lapa.

Confira abaixo a relação de empresas com os veículos parados nas garagens:

  • Santa Brígida (Zona Norte);
  • Gato Preto (Zona Norte);
  • Sambaíba (Zona Norte);
  • Viação Metrópole (Zona Leste);
  • Ambiental (Zona Leste);
  • Via Sudeste (Zona Sudeste);
  • Campo Belo (Zona Sul);
  • Viação Grajaú (Zona Sul);
  • Gatusa (Zona Sul);
  • KBPX (Zona Sul);
  • MobiBrasil (Zona Sul);
  • Viação Metrópole (Zona Sul);
  • Transppass (Zona Oeste); e
  • Gato Preto (Zona Oeste).

Confira empresas que estão operando normalmente, apesar da greve:

  • Norte Buss (Zona Norte)
  • Spencer (Zona Norte)
  • Express (Zona Leste);
  • Transunião (Zona Leste)
  • UPBUS (Zona Leste)
  • Pêssego (Zona Leste)
  • Allibus (Zona Leste)
  • Transunião (Zona Sudeste)
  • MoveBuss (Zona Leste)
  • A2 Transportes (Zona Sul)
  • Transwolff (Zona Sul)
  • Transcap (Zona Oeste)
  • Alfa Rodobus (Zona Oeste)

Assembleia reuniu 6 mil trabalhadores em decisão unânime

A greve de hoje ocorre após decisão unânime obtida em assembleias ao longo da tarde de ontem, que reuniu mais de 6 mil trabalhadores na sede do sindicato, no bairro da Liberdade, na capital paulista.

A paralisação está prevista, inicialmente, para durar 24 horas, mas uma nova assembleia está marcada para as 16h de amanhã, para definir a continuidade ou não do movimento.

Segundo a categoria, apesar da garantia do reajuste de 12,47% tanto sobre os salários quanto ao ticket-refeição, não houve avanços nas reivindicações das outras demandas, como o fim do horário de almoço não remunerado, PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) e o pagamento de 100% das horas extras, além da adequação de nomenclaturas e plano de carreiras do setor de manutenção.

A Prefeitura lamentou, em nota, a decisão da categoria e disse que obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho no final de maio para a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. "A liminar segue válida e a SPTrans está solicitando o aumento do valor da multa na Justiça."

No dia 14 de junho, a categoria paralisou o transporte na cidade. Após o movimento, o sindicato conseguiu, em negociação com o setor patronal, o reajuste do salário e do ticket-refeição em 12,47% retroativo referente ao mês de maio, data base da categoria.

A greve foi encerrada na mesma data após um acordo entre a categoria e o sindicato patronal no começo da tarde.