Sakamoto: Centrão pode querer cargo de ministro após falta de luz no país
Durante participação no UOL News desta terça-feira (15), o colunista do UOL Leonardo Sakamoto comentou a respeito do apagão nacional que deixou diversas cidades sem energia.
Sakamoto afirmou que o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, precisa dar explicações convincentes, uma vez que é possível que outros nomes do centrão queiram ocupar o cargo.
É um caso que o governo vai ter que responder, o ministro de Minas e Energia vai ter que responder. Foi incompetência, uma questão local, falta de planejamento, um nó de vulnerabilidade não resolvido, falha humana, sabotagem? A responsabilidade foi deste governo, ou dos outros? Isso tem que ser respondido de maneira rápida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, e pelo Ministério de Minas e Energia.
"O ministro vai ter que dar explicações. Até porque, vamos ser sinceros, neste momento de disputa do centrão sobre cargos do governo, o pessoal está de olho grande na sua pasta, que é apetitosa. Se a culpa for incompetência, pode sobrar para o Alexandre Silveira. Daí, o pessoal pode pedir a cabeça dele para colocar alguém do PP ou Republicanos no lugar", opinou.
Apagão é alerta de sistema elétrico mais frágil do que aceitável, diz professor
O professor do IEE-USP Ildo Sauer afirmou em entrevista ao UOL News que o apagão de hoje mostra que o sistema elétrico brasileiro é mais fragilizado do que o aceitável e do que o desejável. Apesar de destacar que o problema ainda está sendo investigado, ele afirmou que a perda de apenas um dos elementos importantes do sistema não deveria ser suficiente para uma pane.
Sauer citou os critério N -1, N -2 e N -3, explicando que testes devem ser feitos para que a perda de um, dois ou até três componentes simultaneamente não resultem em uma queda do sistema.
O sistema deveria ter robustez suficiente para permanecer operando. Isso claramente indicou hoje que é uma condição que nós não temos. Nós não temos ainda um política ou uma prática adequada do que se chama tecnicamente de manuntenção preventiva centrada e confiabilidade. "Todos os componentes devem ser periodicamente, de acordo com os critérios, revisados e recondicionados para permanecerem operacionais. Este episódio, combinado com o do Amapá, indica que isso possivelmente não esteja acontecendo", completou.
Dino: não queremos polícia ideologizada e demos recado com demissões
O ministro Flávio Dino comentou a respeito das demissões de policiais rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo dos Santos no ano passado. Na ocasião, o homem foi colocado em uma viatura e asfixiado com gases tóxicos.
Dino afirmou que o governo federal não quer uma polícia ideologizada e que as demissões mostram que o governo não compactua com o descumprimento da lei.
Não queremos uma policia ideologizada, a polícia tem que ser da sociedade, da legalidade. Essa mensagem foi rapidamente captada pelas corporações.
"Então, eu vejo esse processo de afastamento dessa ideologização como bastante avançado", completou.
Newsletter
PRA COMEÇAR O DIA
Comece o dia bem informado sobre os fatos mais importantes do momento. Edição diária de segunda a sexta.
Quero receberFlávio Dino também comentou sobre a demora para a resolução e a tomada de atitudes voltadas ao caso.
Fatos graves envolvendo a perda de uma vida, meses e meses sem que se tenha resultado? Foi preciso a nova gestão, com fatos que foram filmados e fotografados? Não era uma apuração complexa. Então, era um processo que deveria pela sua relevância ter sido concluído poucos meses após o evento.
***
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: às 8h, às 12h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 18h, com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.
Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
Deixe seu comentário