03/09/2007 - 16h44
França: várias críticas à fusão GDF-Suez

PARIS, 3 Set 2007 (AFP) - Associações de consumidores, sindicatos e oposição de esquerda criticaram a fusão dos grupos de energia Suez e Gaz de France nesta segunda-feira, na França .
Segundo as associações de consumidores, esta fusão pode acabar mais rapidamente com o controle dos preços do gás no país e aumentar as contas, devido à baixa concorrência.
"É paradoxal juntar empresas concorrentes, já que isso significa o fim da concorrência", declarou Julien Dourgnon, um dos responsáveis da associação "UFC-Que Choisir".
"O número de operadores cai e a concorrência, que normalmente é positiva para o consumidor, diminui", disse Reine-Claude Mader, presidente de uma outra associação de consumidores, a CLCV.
Em entrevista à imprensa, o presidente do grupo de gás público, Jean-François Cirelli, tentou tranqüilizar os críticos prometendo que a fusão "não afetará o preço do gás".
Os sindicatos também criticaram, inclusive os mais moderados como a CFTC.
A oposição de esquerda condenou a atuação de Nicolas Sarkozy, que em 2004, quando era ministro da economia, se engajou para manter uma participação pública superior a 70% na GDF.
"Todo mundo vai perder com isso: o país inteiro, que vê a sua independência energética ser gravemente prejudicada. Os franceses e suas empresas terão contas de gás maiores para pagar. Os assalariados da Suez e da GDF serão prejudicados", disse Jean-Marc Ayrault, presidente do grupo socialista na Assembléia.
O Partido comunista denunciou a criação de um "gigante privado".
Entre os membros da direita, o deputado Nicolas Dupont-Aignan lamentou que Nicolas Sarkozy tenha "se curvado ao pensamento belga" que defende a liberalização do setor energético.
Já o partido presidencial UMP disse que, com um novo gigante francês, o país "terá meios extras para sua independência energética".
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