17/10/2007 - 15h53
FMI prevê que preços do petróleo continuarão em alta nos próximos anos
Washington, 17 out (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje que prevê que os preços do petróleo permanecerão nos níveis recordes atuais e inclusive aumentarão, a menos que aconteça um esfriamento da economia mundial.
Em seu relatório semestral "Perspectivas Econômicas Mundiais", que foi divulgado hoje, o FMI disse que "os preços do petróleo provavelmente permanecerão elevados caso não hajam novas mudanças na política de cotas da Opep ou um grande esfriamento global".
A entidade internacional explicou que espera que o crescimento da demanda supere, em 2007 e em 2008, o crescimento da produção dos países que não pertencem à Opep.
Enquanto isto, "no lado da produção, se espera que o crescimento seja limitado, com o aumento da produção de países que não pertencem à Opep se mantendo de forma medíocre em 0,6 milhão de barris por dia (mbd), ligeiramente superior ao aumento de 2006".
O FMI reconheceu que os números da Opep "são mais otimistas", com um aumento na produção fora da organização de 0,8 mdb em 2007.
Porém, inclusive assim, os números de oferta e procura não casam, já que a Agência Internacional da Energia (AIE) espera que o consumo cresça 1,4 mbd, por causa do aumento da demanda nos mercados emergentes.
Neste panorama não parece que existam muitas dúvidas sobre a tendência futura em alta dos preços do barril.
"Embora os preços do petróleo atualmente fiquem no limite superior de seu marco histórico e sejam possíveis modestos declives, as pressões de alta permanecem", diz o relatório.
"Futuras pressões de alta dos preços poderiam se materializar no caso de novas preocupações geopolíticas", afirma o FMI.
"Embora se espere que a atividade econômica da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) enfraqueça, a demanda de petróleo será afetada de forma significativa, apenas se o arrefecimento alcance os mercados emergentes, nos quais o crescimento do consumo de petróleo é mais proeminente", declarou a entidade.
O FMI afirmou que a "demanda global média entre 2007 e 2012 será forte, aumentando em 1,9 mbd por ano, ligeiramente acima do aumento médio anual entre 2002 e 2007".
Ao mesmo tempo, "se espera que a capacidade da Opep vá aumentar a uma média de 0,8 mbd, enquanto a dos de fora da organização apenas 0,5 mbd no mesmo período".
"Com o aumento na capacidade provavelmente sendo menor que o aumento da demanda, as pressões de alta em médio prazo podem continuar na ausência de um arrefecimento global", atesta o documento.
A situação não parece oferecer muitas soluções.
"O rápido crescimento da produção de biocombustíveis aumentará o fornecimento de combustível de transporte, mas os biocombustíveis continuarão representando apenas um pouco mais de 1% do uso total de combustíveis", afirma a entidade.
"O impacto dos biocombustíveis nos preços do petróleo - acrescenta o relatório - deveria ser pequeno, embora estejam tendo um impacto tangível nos preços dos alimentos".
Por outro lado, "espera-se que os preços dos metais se suavizem diante dos recentes picos, embora os crescentes custos de produção vão limitar o declive".
Da mesma forma, o FMI prevê mais um aumento da demanda de carvão, após a alta de 32% dos preços médios internacionais durante os primeiros oito meses de 2007, diante das necessidades da China, que pela primeira vez em sua história se tornou, em abril, um importador líquido do mineral.
O FMI também constatou que seu índice de matérias-primas não energéticas aumentou 7% durante os primeiros oito meses de 2007.
"No futuro espera-se que o índice caia um pouco, à medida que a produção responda ao aumento da demanda", embora a forte demanda de biocombustíveis possa alterar esta previsão.