23/03/2007 - 16h22
Em queda, setor de defesa é tratado com cautela pela fabricante de aviões Embraer
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SÃO PAULO - O segmento de defesa, ou seja, militar, deve ser encarado com "cautela" pela Embraer. A participação desse setor na receita da companhia vem caindo constantemente nos últimos anos e hoje é a menor de todas as divisões da fabricante de aviões.
Enquanto em 2005 a participação da defesa era de 10,8% da receita da Embraer, no ano passado ele foi de 5,9%. Em comparação, o setor de aviação executiva viu sua fatia da receita crescer de 7,2% em 2005 para 15,7% no ano passado.
Em 2006, o segmento acumulou sérios reveses, que prejudicaram ainda mais seu desempenho. Nesse ano, foram cancelados dois programas de monta no setor, que usariam aviões da Embraer, um no Brasil e outro nos EUA. Além disso, a empresa foi preterida por outra empresa numa concorrência no Brasil para fornecer aviões de vigilância marítima.
"Vemos com cautela esse setor", disse o presidente da empresa, Maurício Botelho, ao anunciar os resultados de 2006 para analistas e para a imprensa. Segundo ele, apesar de resultados relativamente positivos no setor de aviação para governos (que entra no segmento de defesa), o setor militar ainda é limitante.
Comentando notícia publicada no Valor Econômico, Botelho diz que é "positiva" a informação de que o orçamento da área de defesa brasileira possa subir para R$ 10 bilhões neste ano.
Segundo o executivo, uma das esperanças da empresa é que o programa F-X, de compra de aviões de caça para a Aeronáutica, seja "ressuscitado". Apenas esse programa teria valor de US$ 1,1 bilhão até 2012. No total, a estimativa de investimentos necessários para a atualização da Força Aérea é de R$ 7,7 bilhões até 2012.
Botelho preferiu, porém, não se aprofundar sobre o assunto, voltando a afirmar que o setor de defesa deve ser encarado com cautela pela empresa e que, talvez, ele acabe se tornando um mercado de "nichos".
(José Sergio Osse | Valor Online)