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Sem crescer em pesquisas, Crivella reforça imagens ao lado de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella - Reprodução/Twitter/ TV Brasil
O presidente Jair Bolsonaro e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella Imagem: Reprodução/Twitter/ TV Brasil

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

16/10/2020 14h49

Uma semana após o início da propaganda eleitoral na TV, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), reforçou o vínculo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), diante da estagnação nas pesquisas de intenção de votos. No último dia 9, quando os programas passaram a ser exibidos, Bolsonaro aparecia discretamente ao lado de Crivella em uma única imagem, na qual os dois estão com a vice-candidata Andrea Firmo (Republicanos).

No programa exibido hoje, foram veiculadas ao menos cinco imagens de eventos nos quais os dois se cumprimentaram ou estiveram lado a lado. Apesar de se dizer alinhado politicamente a Bolsonaro, Crivella não tem o apoio formal do presidente, que ainda não se manifestou no 1º turno. Enquanto as imagens dos dois apareciam na tela, a campanha usou o slogan "Essa parceria é nota 10", em referência ao número de urna do candidato.

A estratégia de reforçar ainda mais o elo entre Crivella e o bolsonarismo coincide com a estagnação do atual prefeito nas pesquisas de intenção de votos. De acordo com o levantamento divulgado ontem pelo Ibope, Crivella segue com 12% e, portanto, está tecnicamente empatado com Martha Rocha (PDT), que tem 8%, e Benedita da Silva (PT), com 7%. Eduardo Paes (DEM) lidera com 30%.

Além de reforçar o alinhamento com Bolsonaro, Crivella usou o espaço para atacar a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes. Sem mencionar o nome do principal adversário, Crivella afirmou ter assumido um governo municipal endividado. "Pagamos R$ 5 bilhões de obras e tivemos que lutar contra a corrupção. Muito mais virá. Quem planta com lágrimas, colhe com alegrias", disse o prefeito.

Por outro lado, Bolsonaro "sumiu" da campanha de outro candidato que procurava ter a sua imagem associada à do presidente. O deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), que mencionou ter sido nomeado pelo presidente como vice-líder do governo na Câmara no primeiro programa de TV, deixou de citá-lo.

"Chega de corrupção, vamos acabar com esse mal pela raiz", disse o candidato que reforçou ser "ficha limpa".

Paes não aparece falando em sua campanha

Eduardo Paes também parece ter mudado os rumos da sua propaganda eleitoral. Depois de surgir tentando se desvincular da imagem do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), na semana passada, a campanha do ex-prefeito adotou tom propositivo.

Paes sequer apareceu falando em sua propaganda. Um narrador enumerou as realizações do seu governo, enquanto imagens de arquivo foram exibidas. Ao final, a campanha exibiu o slogan "o Paes tá on".

Benedita da Silva (PT) surgiu com um novo programa em que reforçou seu histórico de lutas pela causa negra e sua atuação no Senado e na Câmara. Ela também afirmou ter "aberto espaço para tantas mulheres negras na política e, por isso, já passou da hora de o Rio ter uma prefeita".

Com menos de cinco segundos, Renata Souza (PSOL) voltou a se apresentar aos eleitores, enquanto Marcelo Freixo (PSOL) pediu votos para ela. Martha Rocha (PDT) reiterou seu histórico de combate à corrupção e sua passagem pela Polícia Civil.

Fred Luz (Novo) e Paulo Messina (MDB) se colocaram como alternativas a Paes e Crivella. A mesma estratégia foi adotada por Clarissa Garotinho (Pros), que usou o slogan "Loucura é votar no que está aí". Gloria Heloiza (PSC) usou o tempo para se apresentar aos eleitores.