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Candidato do PCO em SP compara Boulos a Marina e defende armar a população

Luana Massuella

Colaboração para o UOL

19/10/2020 11h50

Antonio Carlos Silva, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCO, disse hoje que existe uma crise entre os partidos de esquerda e que há uma dispersão geral de forças dos votos. Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria o único líder capaz de unificar as lutas dos trabalhadores e que seu oponente Guilherme Boulos (PSOL) "nem de longe expressa a novidade" que a esquerda precisa. Silva participou da sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, comandada pelo colunista do UOL Diogo Schelp e Camila Mattoso, editora do "Painel", da Folha.

Ele [Boulos] cumpre, nessas eleições, o papel que Marina Silva e Heloísa Helena cumpriram em eleições anteriores em nível nacional, que era procurar desviar o voto do PT, como um partido que representa um perigo real para os planos da burguesia, que armou essas eleições não como uma disputa democrática, mas como uma disputa para tirar do túmulo, ressuscitar os partidos que na eleição de 2018 não conseguiram voto nenhum.

Membro da executiva nacional do Partido da Causa Operária, ele é um dos seus fundadores, além de ser responsável pela Corrente Sindical Causa Operária. Segundo ele, o ex-presidente Lula ainda é "comprovadamente a maior liderança popular do país" e que apoiar sua candidatura à presidência do Brasil em 2022 significa "não buscar novidade, mas sim algo que funcione".

Atuação de Doria e Covas

O candidato ainda criticou João Doria (PSDB) como governador de São Paulo e o atual prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB). "Eles têm se destacado em São Paulo a atuarem como farsantes, procurando encenar uma diferença em relação ao [presidente Jair] Bolsonaro, por exemplo, na questão da pandemia. Mas essa diferença, de fato, não existe", disse ele, afirmando que "estamos diante de uma demagogia. "Doria e Covas são genocidas tal qual Bolsonaro."

Armamento da população

O candidato disse que é contrário ao armamento da população como proposto por Bolsonaro, que "não quer desarmar uma polícia que assassina a população pobre, preta".

Bolsonaro não quer armar a população, ele quer armar as milícias.

Antonio Carlos Silva disse que o PCO defende a garantia dos direitos do cidadão, inclusive contra o sistema opressor, e também o armamento democrático da população. "Nós defendemos o direito do armamento de todo o povo, como direito democrático para que o cidadão não esteja em desvantagem", disse.

O candidato falou ainda em uma dissolução da polícia para criar uma polícia 'sob o controle da população'. "A GCM se transformou em um órgão, que deveria servir ao cuidado com os bens públicos e patrimônio público, numa espécie de força auxiliar da polícia militar", disse.

Eleição antidemocrática

Segundo o candidato, essas eleições são as mais antidemocráticas das últimas décadas. "Pior do que as feitas na ditadura militar", disse. O candidato também afirmou que existe um 'regime golpista' no país, e falou sobre uma política defensiva da esquerda para enfrentar essa situação. "O PCO comparece às eleições para defender uma mobilização da esquerda por questões centrais nesse momento", disse. "A gente não mente, o PCO, nesse esquema fraudulento, não tem condições de disputar as eleições para uma vitória."