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Com mais de 13 mil óbitos em SP, Russomanno minimiza mortes na pandemia

O candidato Celso Russomanno (Republicanos) em live no canal Vlog do Lisboa - Reprodução/Youtube/Vlog do Lisboa
O candidato Celso Russomanno (Republicanos) em live no canal Vlog do Lisboa Imagem: Reprodução/Youtube/Vlog do Lisboa

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

21/10/2020 22h46

Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo partido Republicanos, Celso Russomanno disse que a pandemia do novo coronavírus "não dizimou ninguém". Contudo, apenas na cidade de São Paulo, 13.358 pessoas morreram pela doença desde março.

"Por acaso a tal da covid-19 dizimou todo mundo? Dizimou ninguém", disse durante transmissão ao vivo pelo canal Vlog do Lisboa. Para sustentar o seu argumento, o candidato comparou com o número de mortes entre moradores de rua em São Paulo.

Ele acusou a imprensa de distorcer a sua fala de "que moradores de rua são imunes ao coronavírus por não tomarem banho".

"O que eu disse na entrevista é que a ciência tinha que explicar pra gente por que é que os moradores em situação de rua, que não tinham como fazer higiene todos os dias, que não tinham como tomar banho, tinham um índice tão baixo de óbito por covid."

Hoje, a Justiça Eleitoral negou pedido de resposta feito pelo candidato sobre a fala. Ele alega que sua frase foi tirada de contexto.

Nesta quarta-feira, a cidade de São Paulo chegou ao total de 13.358 mortes. O estado tem mais de 38 mil mortes confirmadas até o momento e está com a média de mortes estacionada em torno de cem por dia.

O candidato direcionou os seus ataques ao atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), e ao governador João Doria, chamando-os de "BrunoDoria". Acusou ambos de "soldar" portas de comércio e, sem apresentar provas, disse que Covas "estoca caixão".

"O 'BrunoDoria' fez um monte de covas aí, comprou milhares de caixões, comprou 28 mil caixões se não me engano, empilhados, guardados, achando que ia acontecer o pior. Deixou todo mundo em pânico, todo mundo parou de trabalhar e a gente quebrou a cidade, quebrou o estado."

Como já verificou o UOL, a prefeitura comprou R$ 38 mil caixões por meio de licitação. No entanto, a aquisição já estava prevista desde antes da pandemia e foi antecipada pelo Plano de Contingenciamento Funerário do órgão municipal.

Ele também acusou Doria de "fugir" da Prefeitura de São Paulo, ao deixar o cargo para concorrer ao governo do estado.

Russomanno ainda alfinetou ex-aliados de Bolsonaro, como sua adversária Joice Hasselmann, que apoiava o governo federal, mas agora o critica. "Amigo que é amigo não trai", disse. "Eu sou vice-líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional. E tenho ajudado ele a construir e melhorar o Brasil".

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