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Absorvente, Bolsa-Neném, bagageiro público: ideias de Marina Helou para SP

Marina Helou é candidata da Rede a prefeita de São Paulo - 17.out. 2020 - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Marina Helou é candidata da Rede a prefeita de São Paulo Imagem: 17.out. 2020 - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/10/2020 04h00

Candidata da Rede Sustentabilidade a prefeita de São Paulo, Marina Helou tem como uma de suas propostas a distribuição de absorventes para as paulistanas. Defende também um auxílio para mães de crianças de até quatro meses e a criação de bagageiros públicos para pessoas em situação de rua.

Nesta semana, o UOL apresenta os últimos resumos sobre os programas de governo dos concorrentes na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O plano de governo apresentado pela candidatura de Marina à Justiça Eleitoral tem 89 páginas. A íntegra do documento está disponível neste link.

'Pobreza menstrual'

Sobre os absorventes, o texto diz que é um "projeto voltado à pobreza menstrual". A ideia é que ele sirva para "quebrar o tabu sobre o tema".

Por escrito, Bazileu Margarido, coordenador do programa, disse ao UOL que a ideia é atender mulheres que recebem até R$ 420, com idade entre 10 e 50 anos. A campanha ainda vai calcular a "quantidade média de absorventes que uma mulher usa no ano e o valor de compra pelo setor público".

Bolsa-Neném

Em seu programa, Marina também propõe criar uma "renda mínima mensal para mulheres com filhos de até quatro meses". O benefício, batizado de Bolsa-Neném, atenderia quem não possui direito à licença-maternidade.

O valor do auxílio, porém, não é mencionado no plano. Segundo a campanha, a bolsa deverá ter "valor de R$ 400, com possibilidade de ampliação a depender do número de dependentes que estas mulheres possuem".

A campanha também fala em "desenvolver programas de parentalidade". O objetivo seria "apoiar as famílias que mais precisam no processo de criação de seus filhos, reduzindo as vulnerabilidades geracionais que acometem a primeira infância".

Margarido explica que "parentalidade" pode ser entendido como "conjunto de valores e tarefas envolvidos na criação de uma criança e ela deve ser exercida por mães e pais". Para isso, a candidata pretende, por exemplo, ampliar para um mês a licença-paternidade de professores da rede pública e estender a medida para outros servidores.

Uma das metas da candidatura da Rede é ampliar a oferta de atendimento em tempo integral em todas as escolas de ensino infantil e ao menos metade das unidades da rede municipal no ensino fundamental.

Para o combate ao racismo, a candidatura pensa em fazer com que "metade das secretarias municipais sejam lideradas por pessoas não brancas". "Vamos garantir a representatividade também na comunicação e nas propagandas governamentais", diz o texto.

A política antirracista também será levada à GCM (Guarda Civil Metropolitana), que irá ampliar a formação da guarda sobre o tema. A guarda também deverá aprofundar-se em temas como violência de gênero, "redução de danos como forma de enfrentamento ao uso abusivo de drogas, prevenção à violência e cultura de paz".

Volta da inspeção

Na área ambiental, a candidatura pretende retomar a inspeção de veículos na capital, interrompida em 2013. Sobre o modelo, Margarido diz que ele "será definido em conjunto com técnicos especialistas e sociedade, devendo considerar a articulação metropolitana".

No plano, também há a proposta de restringir momentaneamente a circulação de veículos na área central "em dias com condições desfavoráveis para a dispersão de poluentes e em que, consequentemente, a qualidade do ar estiver crítica".

A instalação de unidades geradoras de energia em conjuntos habitacionais é outra ideia levantada pela candidatura da Rede. A campanha de Marina Helou ainda pretende ter um programa para aproveitamento de água da chuva em residências e condomínios.

A campanha também pensa em demolir o Minhocão, apelido do elevado João Goulart, no centro paulistano, e criar o Parque Urbano Central. Margarido diz haver "diversas razões" para a proposta, como porque "a região ocupada pelo Minhocão possui quase que uma única função: via expressa para uso de veículos automotores".

Outra proposta é "renaturalizar rios e córregos". Segundo o coordenador, a ideia é priorizar "áreas mais vulneráveis e suscetíveis a enchentes, alagamentos e inundações, como as bacias dos rios Aricanduva e Pirajussara". Comunidades da várzea do rio Tietê também deverão ser atendidas pela proposta.

Bagageiros

Para o atendimento social, a campanha pensa em instalar "bagageiros públicos". O objetivo é que a "população em situação de rua possa guardar seus pertences durante o dia, evitando perda de objetos pessoais". Margarido diz que a iniciativa será da prefeitura em parceira com instituições sociais. Os bagageiros deverão ser instalados em "Centros de Convivência e em locais com grande presença de população em situação de rua".

Outra proposta é "implantar bicas e fontes de água potável em espaços públicos" em área de grande fluxo de pessoas e onde haja população em situação de rua. "Para acesso à água potável, um direito humano fundamental."

Desde a primeira pesquisa do Datafolha, Marina aparece com 1% das intenções de voto. O primeiro turno da corrida eleitoral será em 15 de novembro.

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