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Brasil realiza 1ª eleição em pandemia; eleitor deve levar caneta e máscara

Técnicos preparam as urnas eletrônicas para eleição de hoje - Antonio Augusto/Ascom/TSE
Técnicos preparam as urnas eletrônicas para eleição de hoje Imagem: Antonio Augusto/Ascom/TSE

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

15/11/2020 00h01

Pela primeira vez na história, o Brasil realizará eleições municipais, com quase 148 milhões de indivíduos aptos a votar, em um cenário de pandemia. A disseminação do coronavírus, que afeta o país desde março, já provocou 165.673 mortes em território nacional.

Além dos óbitos, a covid-19 já infectou 5,8 milhões de pessoas no Brasil. São os dados mais recentes disponibilizados pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

O primeiro turno da eleição estava marcado inicialmente para 4 de outubro, período em que a crise de saúde pública no país ainda inviabilizava o pleito, de acordo com o entendimento do Congresso Nacional. Parlamentares aprovaram então o adiamento para 15 de novembro.

O atraso, no entanto, não tirou a pandemia do caminho dos eleitores. Pelo contrário. A disputa acontecerá em um momento no qual autoridades sanitárias alertam para o risco de uma "segunda onda".

A estabilização da curva de mortes causadas pela pandemia levou cidades brasileiras a flexibilizarem medidas restritivas, como o isolamento social e a interrupção de atividades que podem eventualmente gerar aglomerações.

O medo é agravado pela situação atual nos Estados Unidos e na Europa, onde o contágio voltou a ocorrer em ritmo acelerado em países como França, Espanha e Alemanha. Essas e outras nações decretaram lockdown (paralisação das atividades) ou voltaram a endurecer medidas de restrição.

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Sem máscara, eleitor não poderá votar

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou regras específicas de proteção sanitária, como uso obrigatório de máscaras, higienização constante e horários preferenciais para idosos.

A disputa para prefeito e vereador serão realizadas em 5.569 municípios nos dias 15 (primeiro turno) e 29 (segundo turno) de novembro. São, no total, 147.918.483 pessoas aptas a votar, um crescimento de 2,66% em relação a 2016.

Especialistas das instituições que deram consultoria à Justiça Eleitoral afirmam que é seguro ir às urnas, desde que os procedimentos de prevenção sejam rigorosamente obedecidos. "Estamos convencidos de que é possível, claro, com a colaboração de todos, ter uma eleição segura que vai ser bem importante para o país", disse a médica e pesquisadora da Fiocruz Marilia Santini.

Uma das principais medidas é o uso obrigatório de máscaras. Quem estiver sem o item de proteção, não poderá entrar na zona eleitoral

Álcool gel na zona eleitoral

O eleitor também terá que higienizar as mãos antes e depois de fazer uso da urna eletrônica. O procedimento será obrigatório, com fiscalização dos mesários. As seções terão à disposição álcool gel e álcool líquido em recipiente borrifador.

Para proteger a população mais idosa e, consequentemente, mais vulnerável aos efeitos da covid-19, o TSE definiu um horário específico para os eleitores com mais de 60 anos: entre 7h e 10h. Pessoas com idade inferior, mas que têm doenças crônicas ou são consideradas pertencentes a grupos de risco, também terão preferência. No domingo, as seções funcionarão de 7h às 17h.

Foram determinadas ainda mudanças durante o procedimento de identificação dos eleitores. O votante apresentará o seu documento ao mesário (que não vai manusear a documentação) e assinará a lista de votação, preferencialmente com uma caneta própria que ele trouxer de casa.

Até o último pleito, o eleitor entregava o documento ao mesário, assinava a lista, ia até a urna e somente após votar resgatava seu documento.

Para reduzir as filas, nessas eleições não será feito a identificação do eleitor por meio da biometria, método que torna o tempo de votação 70% maior, segundo o TSE.