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Russomanno culpa falta de verba e reafirma fidelidade a Bolsonaro

15.nov.2020 - Celso Russomanno vota em colégio em São Paulo - ADRIANA SPACA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
15.nov.2020 - Celso Russomanno vota em colégio em São Paulo Imagem: ADRIANA SPACA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

15/11/2020 23h51

Pela terceira vez fora do segundo turno em uma campanha para prefeito de São Paulo, o deputado Celso Russomanno (Republicanos) reafirmou em pronunciamento sua fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem eximiu de culpa. Ele defendeu a adoção de voto impresso no Brasil e atribuiu sua derrota à falta de verba na campanha.

"Foi a campanha do tostão contra o milhão", afirmou o candidato derrotado. "A gente tinha poucos recursos. Não deu para fazer muito impulsionamento [nas redes sociais]. Está cada vez mais claro que o impulsionamento tem efeito."

Questionado sobre as razões para o pouco investimento do partido na campanha, disse que o Republicanos "dividiu [a verba] entre todos os candidatos do Brasil".

"Decidimos em convenção nacional. Nós não somos um partido de dono", afirmou.

Russomanno também atribuiu sua derrota às "fake news" de que teria sido vítima.

"Essa é uma eleição de dinheiro, fake news. Fomos vítimas de todos os ataques inimagináveis", afirmou o deputado, que evitou atribuir sua derrota à associação de sua imagem à do presidente Bolsonaro.

"Sou leal, tenho bandeira e lado, e quanto eu tomo [um lado] eu sigo até o final. Toda a minha postura na política eu sempre tive lado e fui fiel e leal", afirmou.

Após a insistência sobre o papel de Bolsonaro em sua derrota, Russomanno disse que "isso é uma análise que não vou fazer".

"Não me arrependo de nada do que nós fizemos porque fizemos sabedores dos bônus e ônus. A fidelidade vale mais do que uma eleição", disse. "Cada um faz seu julgamento em relação a isso, vou continuar mantendo minha fidelidade a ele."

Russomanno disse que ainda não havia conversado com o presidente sobre a derrota, "mas vou conversar com ele com certeza absoluta", disse, ao lado da mulher e do vice, Marcos da Costa.

Voto impresso

Embora tenha dito que confia na urna eletrônica, Russomanno defendeu a impressão do voto nas futuras eleições no Brasil. Na apuração de hoje, algumas cidades apresentaram atrasos, como em São Paulo.

"É uma situação que precisa ser discutida. Eu conheço o assunto", afirmou. "O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] foi vítima de ataques não para mudar números, mas impedir que a divulgação fosse feita no tempo."

"Temos de ter uma eleição em voto impresso. (...) Você verifica se está certo e a impressora joga numa urna e resolve o problema. Se houver alguma dúvida, conta o voto impresso. Não prejudica a democracia, é rápido e pode fazer, não falta investimento", disse.

"Importante é participar"

Questionado sobre a terceira derrota seguida, Russomanno disse não ver "problema nenhum".

"O importante é participar e contribuir com a democracia. (...) Ela se constrói com pluralidade de candidatos, e acho que fiz minha parte."

Sobre os benefícios de sua candidatura, disse que o Republicanos colherá os louros com uma bancada maior no Congresso nas eleições de 2022, quando Bolsonaro deve tentar se reeleger.

"Estamos felizes pelos resultados porque independente de qualquer coisa, somos vitoriosos só por participar da eleição. A gente acrescenta democracia no país (...) Vimos que São Paulo decidiu manter a administração atual. Cumprimento os dois [que vão ao segundo turno]."