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Barros critica Moro por fala sobre fracasso de candidatos de Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 13h59

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse hoje não concordar com a opinião do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro que citou ontem o "fracasso" de candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições municipais e exaltou o PSOL, visto pelo ex-juiz como o partido mais relevante da esquerda.

Questionado sobre o tema durante entrevista aos colunistas do UOL Chico Alves e Tales Faria, o deputado disse que a tentativa de criar uma derrota para o presidente por causa dos resultados é "totalmente inadequada" e criticou Moro, que deixou o governo em abril acusando o presidente de interferência política.

"Não aconteceu desastre nenhum nessas eleições. Lamentável até porque o Moro foi ministro do presidente Bolsonaro. Deveria ter o mínimo espírito de gratidão pelo presidente de ter tido essa oportunidade", disse.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Moro e o apresentador Luciano Huck iniciaram conversas para formar uma aliança na eleição presidencial de 2022.

'Presidente está muito bem'

Na avaliação de Barros, o PT, que classificou como "adversário primeiro do presidente", diminuiu no pleito. "As esquerdas, de modo geral, refluíram muito e obviamente porque o PT tem dificuldades de imagens e outras. O eleitorado de esquerda escolheu outros partidos de esquerda para votar", avaliou.

Em São Paulo, o partido nunca tinha se saído tão mal na disputa pela administração municipal. O candidato a prefeito pela legenda, Jilmar Tatto, teve apenas 8,65% dos votos válidos — com 99,92% das urnas apuradas. Já Guilherme Boulos (PSOL) irá disputar o segundo turno com Bruno Covas (PSDB).

Segundo Barros, há bolsonaristas bem posicionados para o segundo turno e, no conjunto geral, "o presidente está muito bem".

"A base que o apoia no Congresso tem ampla maioria nas prefeituras. Mas isso não é o fator decisivo para a eleição presidencial. Nela se discute a economia, capacidade de gerar emprego, de ter renda", argumentou.

Só 4 candidatos citados tiveram sucesso

Após uma semana em que o presidente dedicou-se a lives diárias que ele mesmo apelidou de "horário eleitoral gratuito JB" para declarar apoio a candidatos, só quatro dos 13 postulantes a prefeito divulgados por ele tiveram sucesso no primeiro turno.

Nas capitais, só Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, continuam na disputa no segundo turno.

Na capital paulista, Celso Russomanno (Republicanos) começou na liderança, despencou e terminou em quarto lugar. O marqueteiro da campanha, Elsinho Mouco, atribuiu a derrota do candidato à lealdade ao presidente.