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OPINIÃO

Trevisan: 2º turno pode mudar se diferença nas pesquisas chegar a 4 pontos

Do UOL, em São Paulo

19/11/2020 18h59

Após a divulgação da última pesquisa Datafolha, a colunista do UOL Carolina Trevisan avaliou, no podcast Baixo Clero #66, que o segundo turno entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) pode ficar mais competitivo caso diferença entre os candidatos chegue a 4 pontos percentuais dos votos válidos.

"Essa diferença que mostra o Ibope e o Datafolha ainda é grande, apesar da campanha, apesar de eles conseguirem se igualar agora — porque a força de você aparecer na TV, nesse momento que a gente está mais isolado em casa, pode fazer diferença aqui em São Paulo", afirmou. (Ouça a partir do minuto 16:10)

"Nos votos válidos, são 16 pontos percentuais. Diminuiu um pouco, mas o que conversei com analistas é que, se você tem mais de dez pontos percentuais [de diferença], é muito difícil você conseguir que esse resultado mude ou vire no 2º turno. A tendência é que se confirme o candidato que ganhou no 1º turno, a não ser que essa diferença chegue a mais ou menos 4 pontos percentuais, aí sim fica mais competitiva a eleição", disse Trevisan.

No podcast, apresentado por Carla Bigatto e com a participação dos colunistas do UOL Diogo Schelp e Maria Carolina Trevisan, os colunistas comentaram o resultado do levantamento de intenções de voto, que traz Covas com 58% dos votos válidos e Boulos com 42%.

As eleições municipais de 2020 mostraram uma abstenção recorde. Na cidade de São Paulo a abstenção representou 2.632.587 eleitores.

"A abstenção, que chegou a quase 30% pode movimentar o cenário, porque, de fato, a situação da covid-19 está piorando aqui em São Paulo. Então pode ser que menos pessoas vão votar no segundo turno", disse Trevisan. (Ouça a partir do minuto 18:19)

O colunista Diogo Schelp concordou que pode existir um aumento nessa abstenção no 2º turno por conta do aumento das internações em São Paulo.

"Agora parece que começou a cair a ficha das pessoas de que, de fato, os casos estão aumentando. Já teve uma abstenção mais alta no primeiro turno, acredita-se que, por causa do temor da pandemia, ou com a justificativa de que tem a pandemia. E é possível, sim, que no segundo turno a abstenção cresça um pouco", disse Schelp. (Ouça a partir do minuto 18:40)

No Rio de Janeiro, a pesquisa Datafolha, divulgada hoje, mostra Eduardo Paes (DEM) com 71% dos votos válidos e Crivella (Republicanos) com 29% dos votos válidos.

Schelp disse não acreditar que resultados de Crivella (Republicanos) na pesquisa se devem a apoio de Jair Bolsonaro (sem partido) à campanha do candidato.

"O Paes está recebendo o voto da 'direita moderada' e o voto útil da esquerda. E o Crivella é rejeitado, porque ele fez uma péssima administração na cidade. Então, a não ser o voto mais empedernido que iria para o Crivella de qualquer forma, fazendo o que ele faça, o resto não quer se juntar a Crivella e não quer Crivella por mais quatro anos", disse Schelp. (Ouça a partir do minuto 23:44)

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