Topo

Boulos mantém campanha após deputada do PSOL contrair covid-19

O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos e a deputada federal Sâmia Bonfim, que testou positivo para covid-19 - Reprodução/Instagram
O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos e a deputada federal Sâmia Bonfim, que testou positivo para covid-19 Imagem: Reprodução/Instagram

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

23/11/2020 14h23Atualizada em 23/11/2020 14h49

O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, não irá interromper suas agendas de campanha após a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) ter anunciado hoje que contraiu covid-19. A parlamentar esteve em um evento com Boulos na última sexta-feira (20).

"Eu não tive nenhum contato direto, assim, próximo com a Sâmia nos últimos dias. Soube agora do teste dela, me solidarizei com ela. E espero pronta recuperação da Sâmia", disse Boulos no início desta tarde.

Nas redes sociais, Sâmia disse está isolada e sem "sintomas agudos". "Seguirei em casa até me recuperar totalmente."

Na sexta, em ambiente fechado, Sâmia e políticos de outros partidos estiveram reunidos em um salão de um hotel, no centro paulistano, para oficializar apoio a Boulos no segundo turno. Boulos teve o apoio de PT, PDT, Rede e PCdoB. No primeiro turno, a candidatura já estava com PCB e UP.

Encontro com evangélicos

Na manhã de hoje, no mesmo salão, Boulos participou de um encontro com evangélicos em um hotel no centro paulistano. A organização da campanha não permitiu que a imprensa acompanhasse o evento.

Segundo o Datafolha, Boulos está em desvantagem no eleitorado religioso em relação a seu adversário, Bruno Covas (PSDB), que disputa a reeleição. Entre católicos, o tucano tem a preferência de 53% contra 32% do candidato do PSOL. Já entre os eleitores evangélicos, o resultado é de 52% contra 29%.

Para o pastor Ariovaldo Ramos, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, a diferença entre os candidatos apontada pela pesquisa é em razão do "medo semeado entre os evangélicos de qualquer identificação com a esquerda".

Ramos, porém, acredita que mudanças não serão vistas a curto prazo. "A gente sabe que em uma comunidade dialógica, que é o caso da comunidade evangélica, tudo leva tempo."

Guilherme Boulos durante encontro com evangélicos, hoje (23), no centro de São Paulo - Nathan Lopes/UOL - Nathan Lopes/UOL
Guilherme Boulos durante encontro com evangélicos, hoje (23), no centro de São Paulo
Imagem: Nathan Lopes/UOL

Também presente no evento, Simony dos Anjos (PSOL), que representa grupo de evangélicas pela igualdade de gênero, disse que alas fundamentalistas avaliam que a esquerda é "contra Deus, do pecado". "Mas o discurso deles não está colando mais com a realidade das pessoas", comentou ao UOL. "E também a esquerda passou a entender que a religião faz parte da sociedade brasileira."

Ontem, o candidato do PSDB participou de cultos. Em um deles, o pastor Valdomiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, declarou apoio ao tucano em razão de Covas, como atual prefeito, ter reaberto as igrejas durante a pandemia do novo coronavírus.

Após a agenda no hotel, Boulos foi até a rua Direita, perto da praça da Sé, também no centro, onde respondeu a perguntas de pedestres. A ação foi batizada de "Se Vira nos 50", em que Boulos tem 50 segundos para falar.