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Milosevic, o pesadelo do Ocidente contra-ataca
16h06 - 14/02/2002




Por Beatriz Lecumberri

HAIA, 14 fev (AFP) - Colérico, acusador, enérgico e armado com documentos: Slobodan Milosevic fez nesta quinta-feira um impressionante discurso de quatro horas, mostrando que é dono e senhor de sua própria defesa no julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.

O ex-presidente iugoslavo saiu de dois dias de um sofrido e obrigatório mutismo e conseguiu prender a atenção dos promotores e juízes do TPI com uma exposição política fervorosa e irreverente.

Nenhum advogado da defesa seria mais convincente que o próprio Milosevic, empenhado em justificar seu comportamento. "Defender-se vai favorecê-lo com o passar do tempo. Esta defesa solitária vai provocar uma espécie de pena entre a opinião pública", declarou nesta quinta-feira à AFP o catedrático de Direito Internacional da Universidade Autônoma de Madri, Antonio Remiro Brotons.

A Otan por seus bombardeios sobre a Sérvia em 1999, os dirigentes europeus por sua cumplicidade e covardia, a Promotoria do TPI por sua parcialidade e rapidez na hora de apresentar acusações e os meios de comunicação pelo apoio cego e ingênuo às políticas de defesa ocidentais são culpados em maior ou menor medida pela separação da Iugoslávia, segundo o ex-presidente.

"Milosevic concentrou sua defesa no conflito mais polêmico e político: Kosovo. Ele não pode provar sua inocência, mas pode jogar poeira no ventilador e espalhá-la, mostrando que há outros culpados nesta guerra, entre eles, os países que financiam a promotoria do TPI", acrescentou Remiro.

Usando uma gravata com cores da bandeira sérvia (vermelho, branco e azul) e armado com vídeos, antigos discursos, fotografias e documentos, Milosevic provou que está em plena forma e que os sete meses e meio que passou na prisão de Scheveningen em Haia não o afetaram psicologicamente.

"Não encontraram tradutores que acompanhem meu ritmo? Não vou perder meu tempo com estes comentários." "Este discurso meu que vocês (promotores) citaram é brilhante, acredito que mudou a vida de muitos sérvios." Vocês não têm provas, não têm nada". "Isto (um vídeo que ele mesmo mostrou) é um gota de verdade num oceano de mentiras". Estas foram algumas das frases mais arrogantes pronunciadas por Milosevic.

Sem demonstrar o menor nervosismo, Milosevic ocupou seu tempo inteiro, não ficou de pé nenhum instante para falar, pois não reconhece a autoridade legal do TPI e apontou um dedo acusador para o juiz Richard May, que preside a sessão, e para a promotora-chefe Carla del Ponte.

"É um showman, não ia perder essa oportunidade", declararam os especialistas presentes à audiência. Mas seus argumentos, que inegavelmente tem pontos verdadeiros, são juridicamente fracos porque não citaram em nenhum momento os incidentes violentos na Croácia (1991-1995) e Bósnia (1992-1995), segundo o representante do Human Rights Watch, Richard Dickers.

Para outros especialistas, Milosevic, condenado na política e nos meios de comunicação, vai tentar se salvar juridicamente ressaltando que o TPI "vacila" ao aplicar uma justiça seletiva. Entretanto, os especialistas afirmam que ele é o primeiro que sabe há meses que nunca voltará a Belgrado.



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