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Conheça seis curiosidades sobre os laços de Obama com o Quênia

Do UOL, em São Paulo

24/07/2015 06h00

O presidente Barack Obama desembarca nesta sexta-feira (24) no Quênia, local onde seu pai, também chamado Barack Obama, nasceu e morou a maior parte da vida. O chefe da Casa Branca já visitou o país algumas vezes, mas esta será a primeira delas desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos, em  2008.

Obama vai a Nairóbi para uma cúpula mundial sobre empreendedorismo. A visita não prevê uma viagem do presidente a Kogelo, vilarejo onde seu pai nasceu e está sepultado, que fica a cerca de 400 km da capital, no oeste do país. Sua última visita ao local foi em 2006.

Apesar da ausência nos últimos anos, Obama tem muitas ligações afetivas com o Quênia. Veja algumas curiosidades dessa relação:

6 curiosidades sobre a ligação Obama-Quênia

  • AFP

    Avô de Obama serviu ao Exército britânico, mas acabou preso

    Na época em que o Quênia era colônia britânica, Hussein Onyango Obama, avô do presidente norte-americano, foi cozinheiro do Exército britânico na Primeira Guerra Mundial. Anos depois, em 1949, acabou preso pelos britânicos --segundo o jornal inglês "The Times", ele chegou a ser torturado na cadeia-- por um suposto envolvimento com o movimento de independência do Quênia. Sem ter conhecido o avô paterno, Obama escreveu sobre ele no livro "Dreams from My Father" (Sonhos do Meu Pai), lançado em 1995, com bases em relatos da família. Segundo ele, Onyango voltou para casa da prisão magro e sujo, com dificuldades para andar e ficou muito traumatizado com o episódio.

  • Ben Curtis/AP

    Grupo de estudantes que incluía pai de Obama preocupou Washington

    Arquivos secretos do governo britânico mostraram que o grupo de alunos quenianos, do qual o pai de Obama fazia parte, que foram estudar nas universidades norte-americanas em 1959 causou preocupação em Washington e Londres. Barack Obama, o pai, foi um dos alunos que chegou à Universidade do Havaí para estudar economia, cinco antes de o Quênia se tornar independente. Na época, autoridades coloniais britânicas alertaram os EUA que a chegada dos estudantes era mais "política do que educacional" e poderia causar problemas. O Departamento de Estado norte-americano se disse preocupado com um eventual perfil "antibranco e anti-americano" dos estudantes, mas não houve consequências para os alunos quenianos. Foi na Universidade do Havaí que Obama pai conheceu Stanley Ann Dunham, mãe do presidente dos EUA. Leia mais

  • Reuters

    Pais de Obama e do atual presidente do Quênia foram da aliança ao conflito

    Após voltar ao Quênia em 1964, Obama pai atuou como economista do governo de Jomo Kenyatta, pai do atual presidente do país, Uhuru Kenyatta. Jomo presidiu o Quênia desde sua independência, em 1964, até 1978, e teve Obama pai como aliado no período inicial. Mas conflitos políticos teriam feito com que Jomo Kenyatta destituísse o ex-protegido e o colocasse em uma lista negra, segundo a biografia do presidente norte-americano. O chefe da Casa Branca, que viu seu pai pela última vez em 1971, afirmou no livro que a perseguição contribuiu para o grave problema de alcoolismo que Obama pai desenvolveu durante a década de 1970. Ele morreu em um acidente de carro em 1982.

  • Simon Maina/AFP

    Obama é tão ídolo no Quênia que sua eleição causou até feriado nacional

    A chegada de um descendente de quenianos à disputa presidencial nos Estados Unidos fez com que o país idolatrasse Barack Obama. Ainda durante a eleição de 2008, ele já era inspiração para música ("na América, a bênção é Obama; os americanos em favor da verdadeira mudança votam em Obama", dizia a letra da banda Kenge Kenge), camisetas e mesmo corte de cabelo entre os jovens quenianos. Sua posterior eleição gerou um feriado nacional decretado pelo então presidente Mwai Kibaki. Quatro anos depois, os moradores de Kogelo, vilarejo da família Obama, passaram a madrugada acompanhando o pleito onde ele foi reeleito por um telão. Leia mais

  • Thomas Mukoya/Reuters

    Meio-irmão de Obama tentou se eleger governador, mas não vingou

    Malik Obama, meio-irmão do presidente dos EUA (filho do mesmo pai, de mães diferentes) tentou seguir os passos do parente famoso ao concorrer ao governo do condado rural de Siaya, onde fica Kogelo, no começo de 2013. Mas a iniciativa fracassou: ele não chegou nem perto de ameaçar o eventual vencedor, Cornel Rasanga Amoth. Malik Obama, que passou a viver entre o Quênia e Washington a partir de 1985, foi padrinho de casamento e era bem próximo do presidente norte-americano. O relacionamento, no entanto, esfriou recentemente após Malik criticar a postura do irmão após sua chegada à Casa Branca. Leia mais

  • Simon Maina/AFP

    A própria Vovó Obama

    Aos 94 anos, "Mama" Sarah Onyango Obama é certamente a parente mais famosa do presidente norte-americano no Quênia. Terceira mulher de seu avô Onyango --Obama é neto da segunda esposa, Habiba Akumu Obama, que morreu em 2006--, ela se tornou a matriarca da família Obama em Kogelo e foi visitada pelo presidente dos EUA em algumas ocasiões, se tornando sua avó afetiva. Referência no vilarejo, Mama Sarah é carismática e não titubeia em dar entrevistas aos jornalistas, apesar da idade avançada. Ela também já foi premiada pela ONU por suas ações sociais no local. Sobre a visita de Obama ao país, ela demonstra confiança de que ele irá visitá-la, apesar da viagem a Kogelo não estar prevista. E disse que vai cozinhar pratos tradicionais para ele. "Não interessa que Barack seja senador ou presidente. Ele vai comer o que eu preparar", diz. Leia mais