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Estado dos EUA executa primeira condenada à morte em quase um século

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

23/09/2010 22h49

A americana Teresa Lewis, acusada de ter orquestrado o esquema de assassinato de seu marido, foi executada na noite desta quinta-feira (23), segundo o Departamento Correcional da Virgínia, nos EUA. Lewis recebeu uma injeção letal e foi declarada morta às 21h13, horário local. Ela foi a primeira mulher a ser executada na Virgínia em 98 anos.

Os parentes da vítima acompanharam a execução, segundo o porta-voz do Departamento Correcional, Larry Traylor. A imprensa local que acompanhou a execução disse que Lewis aparentava medo quando entrou na câmara de morte.

Teresa admitiu ter planejado o assassinato do marido, Julian Lewis, e do filho dele, Charles Lewis, para receber o dinheiro do seguro, em 2002, junto com um amante.

De acordo com os registros da Justiça, citados pelo jornal norte-americano “The Washington Post”, ela deu ao amante o dinheiro para comprar uma arma e deixou a porta de seu trailer aberta para que o assassino entrasse durante a noite.

Depois dos tiros, Teresa teria esperado cerca de meia hora até ligar para o serviço de emergência, enquanto seu marido morria.

Seus advogados afirmam que a mulher era deficiente mental e foi manipulada pelo assassino -- que foi condenado à prisão perpétua, e se suicidou na prisão.

O caso foi citado na última terça-feira (21) pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que acusou a imprensa mundial de manter silêncio sobre a execução de Teresa Lewis, ao mesmo tempo em que critica a execução de Sakineh Ashtiani.

O caso de Ashtiani, uma iraniana de 43 anos condenada em 2006 a morrer apedrejada por uma acusação de adultério e participação no assassinato de seu marido por um de seus amantes, chama a atenção da imprensa em todo mundo.

Teerã anunciou em julho e reiterou em várias ocasiões que a pena de morte por apedrejamento contra Ashtiani foi suspensa à espera de um novo exame do caso.

"Uma mulher está sendo executada nos Estados Unidos e ninguém protesta", afirmou Ahmadinejad, segundo a agência oficial iraniana Irna.

"Segundo uma pesquisa, foram publicadas três milhões e setecentas mil páginas na internet sobre a iraniana, cujo processo continua sendo examinado, e há uma vasta campanha da imprensa contra o Irã. Mas ninguém protesta contra a execução de Lewis", afirmou Ahmadinejad, que assegurou que nos Estados Unidos 53 mulheres esperam pela execução.

* Com as agências internacionais e a CNN