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Coreia do Sul vai seguir adiante com exercícios militares com disparos reais

Soldados da Marinha sul-coreana patrulham a ilha de Yeonpyeong, foco da disputa de fronteira - AP
Soldados da Marinha sul-coreana patrulham a ilha de Yeonpyeong, foco da disputa de fronteira Imagem: AP

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

19/12/2010 21h51

As manobras militares sul-coreanas com disparos reais em uma ilha na fronteira com a Coreia do Norte estão previstas para esta segunda-feira (20), apesar das ameaças de represálias de Pyongyang, anunciaram autoridades sul-coreanas.

Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, a Coreia do Sul informou que seguirá adiante com os exercícios com disparos reais, perto da ilha Yeonpyeong, na disputada fronteira marítima, assim que melhorarem as condições meteorológicas. A Coreia do Norte, que bombardeou a ilha no mês passado, matando quatro pessoas, alertou para um "desastre" caso as intenções sul-coreanas prosseguirem.

A Coreia do Norte intensificou o nível de prontidão de combate de suas forças na costa do Mar Amarelo, perto do local planejado para os exercícios da Coreia do Sul, segundo uma fonte governamental de Seul, citada pela agência sul-coreana Yonhap.

Uma unidade de artilharia "elevou seu nível de prontidão" e alguns caças foram retirados de um hangar da Força Aérea, acrescentou a fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.

A Rússia, que solicitou a reunião de emergência do Conselho de Segurança, quer que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mande um enviado especial para os dois países para buscar "medidas urgentes" que detenham a crise, informaram fontes diplomáticas.

Os russos fizeram este apelo em um esboço de declaração, enviada aos outros 14 membros do Conselho de Segurança, no qual pediu "cautela máxima" tanto da Coreia do Norte quanto da Coreia do Sul, disseram diplomatas.

No entanto, o Conselho de Segurança nunca conseguiu sequer chegar a um acordo sobre o bombardeio norte-coreano a Yeonpyeong, em 23 de novembro, causa da atual escalada das tensões.

Desde então, a China bloqueou todas as manobras para condenar a Coreia do Norte.

Segundo um diplomata, a maioria dos países do Conselho de Segurança que participaram das conversações deste domingo gostaria que fosse aprovado um comunicado que criticasse o norte pelo bombardeio e o naufrágio de um navio de guerra sul-coreano, em março, mas Rússia e China querem apenas um pedido de cautela e que seja mandado um enviado especial.

Durante conversas telefônicas, no sábado, os ministros das Relações Exteriores de China e Rússia instaram a Coreia do Sul a cancelar seus exercícios militares.

"A China se opõe firmemente a quaisquer ação que cause tensão e agrave a situação", disse o ministro chinês, Yang Jiechi.

"Estamos seriamente preocupados sobre uma possível futura escalada da tensão na península coreana", afirmou o enviado russo às Nações Unidas, Vitaly Churkin, no sábado.

Em Pyongyang, Richardson, governador do Novo México e um veterano negociador da Coreia do Norte comunista, propôs que as duas Coreias estabeleçam uma linha direta militar para tratar de incidentes fronteiriços, noticiou a CNN.

Ele também defendeu que uma comissão militar com membros das Coreias do Norte e do Sul, juntamente com os Estados Unidos, monitorem as áreas em disputa no Mar Amarelo, incluindo a ilha de Yeonpyeong.

*Com agências internacionais